Por Jorge Roberto Pereira
Presidente do Farol da Democracia Representativa
O artigo da senadora Kátia Abreu, “A coragem moral de Aldo Rabelo”, na Folha de S. Paulo, de 24 de junho, analisado por Nivaldo Cordeiro, com o seu A “Companheira” Kátia Abreu, não nos surpreende, pela contradição entre o escrito e a bandeira de seu partido. Mas confirma, para nossa tristeza, as razões da miséria política do país.
Não é segredo, o esforço realizado pelo Farol da Democracia, entre os políticos que ainda pudessem oferecer alguma esperança de reversão do quadro da débâcle, em procurar sensibilizá-los para um posicionamento coerente com suas responsabilidades para com a sociedade, visando às eleições deste ano.
Foram dezenas de reuniões, centenas de cartas, mensagens, conversas telefônicas. Muitas sem continuidade. Outras mereceram desculpas que caberiam apenas num contexto de normalidade política, como por exemplo, “não posso contrariar a decisão do partido”, e outras do gênero.
Eis o que temos: duas propostas socialistas, suportadas por marxistas de toda espécie e a mais “promissora” acabou garantida pelo amorfo PMDB, que não se exporia a abandonar sua estratégia de se manter a todo custo pendurado ao poder, independente de quão moralmente baixos e submissos tenham que ser seus componentes.
Naquela ocasião, a senadora Kátia Abreu publicou um artigo sobre o “Abril vermelho”, ameaça campesina permanente. Respondemos pelo editorial "Resposta à Senadora Kátia Abreu", comentado por muitos leitores, que – como nós – esperávamos da senadora do DEM uma atitude em defesa dos valores democráticos e capitalistas. Temiam que tivéssemos sido muito “duros” com a senadora, potencial “parceira”. Preocupava-nos, no entanto, a incapacidade da senadora em demonstrar conhecimento da tragédia política que se abate sobre o Brasil.
Hoje, confirmando as preocupações, a senadora mostra que ou não consegue realmente compreender o processo revolucionário travestido de “democracia”, instalado e capitaneado pelo próprio PC do B, ou sua ignorância histórica e política é tão gigantesca que jamais lhe permitirá entender o que se passa. E como ela, os demais políticos de partidos “inocentes úteis” dos de esquerda, que se aproveitam dessa ignorância, ou da adoção do “politicamente correto”, que lhes tornam instrumentais “companheiros de viagem” de seus adversários.
Lamentamos também por todos os seus eleitores, traídos por suas propostas democráticas de campanha, iludidos pela impressão que tinham ao menos uma escolha capaz de defender seus interesses.
Enquanto o país contar apenas com aventureiros, ou entusiasmados despreparados, ou herdeiros de políticos, sem compromisso com a honra, com a honestidade, com o bom senso, com a construção de um país próspero e de uma sociedade harmoniosa, não teremos a quem escolher.
A sociedade deve se questionar se não está sendo negligente em formar e eleger seus representantes. Seguramente dominada pelo “senso comum modificado”, está sem condições de saber definir seus próprios rumos. Neste círculo vicioso, está ferida de morte. Tornou-se cúmplice de sua própria destruição, abandonando seus valores éticos e morais, seduzida por propostas “progressistas” e de “modernidade”, e na ausência de seus valores tradicionais foi atraída a aceitar padrões que em nada acrescentam, mas que tudo destroem: desconstrução da família, aborto, menores abandonados, drogas, enfim, tudo que lhe tira a autoridade moral de cobrar dos políticos um comportamento igual.
Não há, nos dias atuais, um único político capaz de honrar o cargo para o que foi eleito exceto os que, por princípios estatutários divulgados nos sites de seus partidos, estejam, desde o início, comprometidos em destruir a democracia, acabar com as liberdades individuais, aniquilar a dignidade do homem e eliminar as condições de prosperidade desta nação. Estes sim, em momento algum de suas atividades políticas, estão deixando de cumprir o seu papel.
Para estes, não há juramento de honra ou sentimento de patriotismo que supere o compromisso com suas ideologias. Ainda que signifique destruir o país transformando-o numa “república democrática socialista” e reduzir a sociedade à escravidão, para atingir seus propósitos.
Não importa o que digam ou prometam durante a campanha, na TV e nos comícios: na prática, vale rigorosamente o que está proposto nos objetivos do partido e determinado em seus estatutos. Isso serve para qualquer partido político socialista.
No caso particular do PC do B, do Sr. Aldo Rabelo, na parte final do Artigo 1º do estatuto lê-se: “O Partido Comunista do Brasil luta contra a exploração e opressão capitalista e imperialista. Visa a conquista do poder político pelo proletariado e seus aliados, propugnando o socialismo científico. Tem como objetivo superior o comunismo. Afirmando a superioridade do socialismo sobre o capitalismo, almeja retomar um novo ciclo de luta pelos ideais socialistas, renovados com os ensinamentos da experiência socialista do século XX, e desenvolvidos para atender à realidade do nosso tempo e às exigências de nosso país e nossa gente. Ao mesmo tempo, no espírito do internacionalismo proletário, apóia a luta antiimperialista de todos os povos por sua emancipação nacional e social, soberania nacional e pela paz mundial.”
A senadora Kátia Abreu encontra alguma coragem moral na pessoa comprometida até a raiz dos cabelos com a direção de um partido que desde sua criação tenta enganar a vontade política do povo brasileiro, de construir uma democracia, apresentando-se como democrata. Chamar de traidor da pátria seria pouco. A ele e a todos os socialistas que atuam na política sob ao manto da mentira de se dizerem democratas. Onde está a coragem moral deste indivíduo?
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