quarta-feira, 30 de junho de 2010

Liberdade individual e moral pública

Por Klauber Cristofen Pires

Ser liberal não significa tomar para si um estado de neutralidade valorativa. Significa apenas respeitar a jurisdição derivada do direito de propriedade.

Às vezes, liberais questionam meu lado conservador, e outras mais, conservadores questionam por que me declaro como um liberal. Rótulos à parte, que esclareceriam mais se não existissem, informo que tenho uma firme convicção de que posso conciliar ambas as posições, e isto me parece muito cristalino.

claro-me um liberal por defender a anarquia da moral e da religião. Sustento que ambas devem ser algo como uma atmosfera que nos envolve, mas que não pertencem a ninguém.  Sim, há pessoas que lideram estes campos, mas esta liderança deve ser consensual - elas nos conquistam pelo teor de verdade de seus argumentos.

Isto merece algumas explicações: quando defendo o direito dos gays de serem respeitados quanto à opção que fazem, refiro-me ao direito que eles têm sobre si próprios. Isto, porém, em nada afeta meu lado conservador. Homosexualismo é pecado, e os desfiles de gays, realizados com extremo despudor, configuram uma contravenção penal por agressão aos bons costumes. Da mesma forma, também não posso admitir que um gay todo emplumado invada a escola da minha filha para pregar a sua conduta como um valor aceitável. Disto não abro mão.

Portanto, ser liberal não significa tomar para si um estado de neutralidade valorativa. Significa apenas respeitar a jurisdição derivada do direito de propriedade.  

Fiz estes esclarecimentos para comentar sobre uma notícia relevante encaminhada pelo meu amigo Jorge Baptista Ribeiro, de que o irmão da governadora Ana Júlia Carepa foi recentemente condenado por pedofilia!

Isto não me parece ser mera e casual circunstância infeliz. A própria governadora do Pará - preciso dizer que é do PT - é famosa por suas orgias no balneário de Salinópolis - e o pior - bancada por dinheiro público.

Orgias, surubas e relacionamentos efêmeros (pra não dizer descartáveis) são os  rituais de iniciação da libertinagem socialista. São muitos os casos assim, entre os quais podemos citar também a filósofa Marilena Chauí e o economista britânico John Maynard Keynes.

Há, pois, uma correlação apreciável entre o comportamento privado desta gente (que muitas vezes não é tão privado assim) com a visão de mundo que defendem, e isto denuncia o erro de quem pensa que tais coisas não devem ser misturadas.

Houve um tempo em que a lisura pessoal era considerada pelo eleitorado como um indício razoável da dignidade de um governante. O próprio Lula perdeu uma eleição para Collor quando veio a público a notícia de que Miriam Cordeiro o acusou de tê-la abandonado com sua filha Lurian e de ter lhe oferecido dinheiro para providenciar o aborto da menina. Era uma época em que as pessoas exigiam mais dos seus governantes. Quando, enfim, a própria população se deixou relaxar quantos aos seus costumes, vitimada pela onda do relativismo moral e do politicamente correto, a candidatura de Lula ccomeçou a ganhar viabilidade.

Qualquer liberal pode sim balizar o seu voto mirando no pêndulo da vida privada do político. A sua escolha política não interfere nas liberdades individuais do cidadão, mas como candidato, pode-se perfeitamente exigir dele um comportamento exemplar, uma reputação ilibada e mesmo até suas convicções cristãs.

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