segunda-feira, 7 de junho de 2010

Abaixo "A Voz do Brasil"

Por Klauber Cristofen Pires

Amo a tecnologia. Amo o capitalismo. Como alguém que se dedica a estudar e a divulgar os fantásticos feitos de uma sociedade livre, se algo não me pode passar despercebido é o esforço de tantas quantas pessoas em minimizar o sofrimento de alguém.

Um destes inventos merece meus aplausos: o pen-drive. Meus amigos, imaginem o conforto que é poder acumular mais de mil músicas em um chip do tamanho de um chiclete. Agora me digam: tem arma mais eficiente contra aquela porcaria que é "A Voz do Brasil"?


Carlos Gomes não merecia que lhe destruíssem sua obra-prima deste jeito. Vinho bom não é pra ser bebido todo dia, senão, lá pelas tantas, já não se consegue pôr um gole na boca sem aquela sensação de enjôo. Se você estiver no trânsito, preste atenção aos demais condutores ao badalar das dezenove horas, e veja como que automaticamente estendem o braço para desligar o rádio ou passar para a música gravada. Que xaropada!

Não é só Lula quem se nutre de aspirações populistas. Ele apenas tem sido o mais bem-sucedido. Entretanto, a ambição política se faz presente de longe, mantendo estes fósseis dos anos quarenta ainda a respirar. Fósseis que só sobrevivem porque à custa de impostos. Se dependesse de ouvintes...

Hoje, quebrando a minha rotina, eis que passo para a rádio, e começo a ouvir um destes suplícios: chama-se "rádio popular paraense". De início, pensei ser um quadro da estação escolhida; todavia, o dito programa iniciou-se com uma entrevista com a governadora do estado do Pará, Ana Júlia Carepa, que hoje prestava o seu depoimento sofre o fim da greve dos professores da rede pública estadual, e por fim - foi quando então percebi - que aquele teatrinho não era exatamente um programa de jornalismo ou de entrevistas, mas sim um programa de propaganda política, ao estilo do "Alô Presidente" chavista, desenvergonhadamente pago com o meu e o seu dinheiro. 

No meu conceito, programas assim são o cúmulo da imoralidade pública, desde que simulam matéria jornalística autêntica, quando na verdade se trata de informe publicitário mascarado.   

De nada adiantou cambiar para outras estações: a pantomima estava lá, onipresente, como se com isto conseguisse se impor a mim . Ora pois, pois: pen-drive em ação!

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