quarta-feira, 2 de junho de 2010

Dedo fantasma em bolo de vento

Por Klauber Cristofen Pires

Dois fatos  recentes merecem a nossa atenção. No Pará, uma propaganda governamental anda ressuscitando aquele malfadado projeto do biodiesel. Êpa, será por conta da campanha eleitoral?  Concomitantemente, Lula vem com mais uma de suas declarações exdrúxulas - aff, alegando suspeitas sobre a viabilidade do carro elétrico... 

Segundo o reclame eleitoreiro, a matriz energética do biodiesel será fornecida pelo trabalho de mais de treze mil pequenos agricultores, os tais da "agricultura familiar" (leia-se: assentados do MST), os quais fornecerão o dendê para as usinas. Não vou nem sequer indagar se tal modelo é economicamente eficiente ou produtivo o bastante para suprir uma demanda em escala industrial, mas...será mesmo que esta gente vai abrir mão das pasargadianas cestas básicas para produzir oleaginosas pro Lula? Aiii, que pregui...

Calma! A competitividade da moçada das enxadas lustrosas está garantida! Na semana passada, o nosso "the guy" decidiu suspender a divulgação de um pacote de incentivos ao desenvolvimento do carro elétrico!

"É carro elétrico para cá, carro elétrico para lá, mas não se sabe ainda se alguém vai produzir em grande escala", disse Lula, na abertura do Challenge Bibendum, evento mundial organizado pela Michelin no Rio de Janeiro, onde se pôs também a exaltar  o sucesso de vendas dos carros flex.

Ainda na mesma semana passada, um programa televisivo apresentava uma reportagem justamente sobre os carros elétricos que estão rodando no Japão, Europa e Estados Unidos.  Segundo testemunho de um amigo meu, há dois anos atrás ele percorreu cerca de dois mil quilômetros dentro do território norte-americano com um veículo misto (que opera com gasolina e eletricidade), tendo para tal fim gastado aproximadamente um quarto do tanque.

Que não haja dúvidas quanto à viabilidade do carro elétrico, isto parece muito concreto, bem como também do uso do hidrogênio, tal como o próprio ônibus que transportou o pacholento mandatário para o dito evento. Dúvida que, se ainda existe,  dissipa-se completamente considerando-se os progressos tecnológicos e da disseminação comercial dentro de uma década, data esperada para que a primeira gota de petróleo do pré-sal venha, finalmente, à tona.

Lula traz consigo a velha marca dos governantes que abusam de fórmulas fracassadas: manter em funcionamento sistemas que só operam dentro de condições especificas de pressão e temperatura...para empregar gente em empreendimentos defasados e improdutivos. Basta só avisar ao resto do mundo para parar de andar para a frente. 

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