Desilusões ferem e deixam cicatrizes, mas como uma vacina, nos tornam melhores.
Por Klauber Cristofen Pires
Houve um tempo em que criou o mito de que as mulheres seriam mais eficientes do que os homens na política e nos altos cargos públicos. Reportagens faziam a apologia do instinto maternal e de uma alegada tendência de as mulheres não se deixarem levar pelo caminho da corrupção, assim como o de uma capacidade delas de terem um desempenho melhor em negociações e em realizar múltiplas tarefas.
Hoje vivemos um tempo de manifesta desilusão com as mulheres mais importantes do país. Vemos mulheres públicas incompetentes, desonestas, improbas, cínicas, arrogantes e toscas e até assassinas como não se veria no mais bruto dos homens.
Não estou dizendo que não haja mulheres competentes, honestas, probas, leais, sensatas e elegantes; Sim, elas existem ao montes, mas a questão é que nosso povo andou fazendo muitas más escolhas. A questão aqui é outra: mostrar que o mito de mulher salvadora da pátria virou farelo.
Da mesma forma, vivenciamos o mito do bom homem público negro, ou do bom homem público operário, que os exemplos Celso Pitta e Lula, pra ficarmos em um só representante de cada categoria, nos decepcionaram igualmente.
Há outros mitos que irão ruir, quando forem mais amplamente conhecidos pela população. Um deles, cito aqui, é o da criação de riqueza por decreto: Como sabemos, o salário mínimo foi sendo inflado artificialmente durante os últimos doze anos sem uma correspondente criação de riqueza, e o resultado vemos aí, com seu poder de compra rebaixado impiedosamente pela desvalorização da moeda.
Outra desilusão? vamos lá: que tal a tese keynesiana de que a demanda criada pelo estado faz prosperar a economia? Por quantas vezes ainda vamos cair neste golpe tão batido? Ou da "nossa" Petrobras, que jamais me pagou um centavo por participação nos lucros, que aqui especulo, ainda será privatizada por um simbólico R$ 1,00...
Por fim, eu ainda citaria mais uma, não a última, porque a lista das desilusões a que haveremos de passar, creio e espero que seja infinita, e que a muitos pode parecer infundada, por tão sutil à primeira vista: a de que um sistema socialista pode prosperar desde que os homens públicos se imbuam de honestidade e consideração pela coisa pública. A coisa aí é de uma contradição íntima: Como pode toda uma cultura revolucionária incutir na cabeça de um sujeito que ele pode passar toda a sua vida mentindo, aplicando golpes, espionando e delatando, fazendo falsos testemunhos e acusações, e de repente, gloriosa a revolução, esta mesma cabeça passa a ser forrada com honestidade e espírito público?
Tomara que nada disso se apague das nossas mentes. Hoje em dia, ferramentas como o Youtube são maravilhosamente usadas para nos recordarmos das promessas irresponsáveis, das contradições e do cinismo de nossos representantes. Poderemos emergir de tudo isso mais responsáveis e maduros. Que Deus nos ajude.
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