Impostos: crie ódio deles e comece
a quebrar
as correntes da escravidão!
Por Ivan Lima
É pensamento
comum entre os brasileiros que a questão com os impostos no país é que eles são
mal aplicados pelo governo. Os serviços estatais como saúde, educação, segurança,
etc. não funcionam, dizem, - não sem razão – as pessoas.
Para elas, chega a ser
considerado até mesmo irrelevante os impostos serem muitos e de altíssima taxa;
as pessoas de alta ou baixa renda, independente de grau de escolaridade,
pós-graduação, Ph.D, ou qualificação profissional, fazem profissão de fé de que
o país seria um paraíso se os impostos, mesmo em profusão e com alto
percentual, como são, fossem “corretamente aplicados pelo governo”.
De quebra
também tem a cantilena de que enquanto houver corrupção de burocratas estatais nunca
o dinheiro dos impostos serão bem aplicados pelo estado nos serviços essenciais
aos cidadãos.
Sim, toda
essa questão causa justa indignação á nação brasileira. Mas examinando um pouco
mais a questão, nos deparamos com questões verdadeiramente cruciais e não mero
jogo ilusório manipulado pela casta no poder para abstrair o essencial. Vamos
enumerar algumas:
1 – a
mentalidade colonial que se tem no país de que o Estado, o governo, resolve
tudo.
2 - de que o
Estado é que promove o bem estar e o desenvolvimento nacional – Constituição.
3 - de que
Estado sendo historicamente inchado, com altíssimo poder de intervenção na
economia, sempre terá corrupção de políticos e burocratas, pois são os
verdadeiros donos da empresa individual, porque tem o poder de conceder
licenças, impor regulamentos, criar impostos, formar grupos de pressão e
privilegiados, fazer projetos faraônicos, criar bancos – BNDES - que drenam os
recursos dos cidadãos para toda espécie de negociatas e ladroagem.
4 – de que
as pessoas pouco se apercebem de que fundamentalmente sua ação humana pela
busca do seu bem estar e liberdade se desenvolve a todo instante independente
do governo, mesmo a despeito de ele, governo, atrapalhar, perturbar,
empobrecer, amesquinhar a todo momento sua vida de cidadão roubando-o através
dos impostos, que ele, governo, alega serem necessários para “dar” saúde,
educação, habitação, bolsa família, segurança, enfim, “promover o bem estar e o
desenvolvimento nacional”.
5 – de que
são os mais necessitados – os pobres – que o próprio Estado cria através da
legislação trabalhista que restringe e proíbe o trabalho com carteira assinada
e obrigatoriedade de salário mínimo – de que são, dizia, exatamente eles, os
pobres, as maiores vítimas dos impostos, esses os alcançando com alta carga de
confisco na compra até mesmo de um mero pãozinho.
Ou seja, não
estão nas infindáveis e estéreis discussões sobre descaminhos dos impostos,
aplicações de normas administrativas severas para se evitar corrupção ou
tamanho que o Estado eventualmente possa ter, para que a questão aqui tratada
seja definitivamente resolvida.
A questão
crucial é: qual a função do Estado? Ser médico, engenheiro, professor,
policial, arquiteto, astronauta, operário, presidente, legislador, regulador de
dieta alimentar, substituto dos pais proibindo-os de educar ¹seus filhos como
lhes convém, inclusive de ensiná-los disciplina e deveres domésticos, enfim, tudo
isso e muito mais que o Estado se arvora ser, queimando assim imensos recursos
dos cidadãos? Pode-se argumentar que na Suécia, ou nos países nórdicos de modo
geral, se tem decência no serviço público e tudo é de “graça”.
Começa que
não é de graça, o cidadão sueco paga muito caro pelos serviços públicos, e os
malefícios que o estado do bem estar social vem causando ao longo de décadas na
Suécia, tendo formado gerações de arrogantes incapazes de cuidar de si mesmos e
gerar o seu próprio bem estar é de ²causar arrepios. Mas isso não é obra de
nenhuma maldição que atingiu o povo sueco mas fruto podre da adoção da
mentalidade anticapitalista que “dá” assistencialismo e abomina a produção e o
fundamental estímulo para a prosperidade, o chamado, lucro.
A real
função do Estado é única e exclusivamente a segurança. Sim, garantir
eficazmente a segurança dos cidadãos para que em paz e liberdade colham os
frutos do seu trabalho. No contexto da segurança está à administração da
justiça, a promoção da paz, a garantia do respeito aos contratos, a
inviolabilidade do mercado, e a garantia do pilar da civilização e da
prosperidade dos indivíduos e da sociedade: a propriedade privada.
Você já observou
como não havendo esse atual e estranho desvio do Estado para tomar dos
indivíduos laboriosos e produtivos mais da metade de seus bens através dos
impostos para “redistribuí-los” sem o seu consentimento, vai ficar muito capital
para poupança e rápida prosperidade nas mãos das pessoas para que elas próprias
promovam com a qualidade e a eficiência que só a iniciativa privada tem, suas
necessidades de saúde, ensino, etc.?
E isso sem a
perturbação que a atual interferência que o Estado causa como efeito cascata degradante
na economia, agredindo a iniciativa privada com perturbações no seu atendimento
e serviços com códigos regulatórios absurdos e a atual tirania dos impostos.
Num ambiente
liberal, os cidadãos terão apenas uma pequena despesa advinda de taxa no
consumo e não do setor produtivo, para uma segurança efetivamente eficiente do
Estado. Estarão livres dos grilhões da escravidão dos impostos, livres do
estupro de aberrações confiscatórias como imposto sindical, e o mais imoral e
cruel dos impostos, o ³imposto sobre a renda, porque esse imposto viola a privacidade
e vasculha minuciosamente todas as propriedades dos indivíduos, sob pena, caso
haja recusa, de transformar cidadãos íntegros em bandidos, jogá-los na cadeia e
confiscar seus legítimos bens.
Mas para que
se chegue a esse excelente estado de coisas como na era histórica do
liberalismo, é necessário que se comece agora a ter uma lucidez radical em
relação aos impostos, criando-se no próprio seio familiar uma mentalidade de
ódio a eles como algo extremamente maléfico, perverso, gatuno, e de cuja
existência nossos filhos e netos precisem ter conhecimento claro e formar
pedagógica cultura de guerreá-los com idéias liberais, para a formação de uma
nova e saudável mentalidade que certamente um dia destruirá os abomináveis
impostos.
Lutar, para
que a mentalidade que sustenta a perversidade dos impostos e nos escraviza e á sociedade, mude, é fundamental para que sejamos homens livres e prósperos.
Ivan Lima, 64, é publicitário.
¹Cada um é
responsável por seus atos perante a lei.
²Leia uma
matéria intitulada: “Como o assistencialismo corrompeu a Suécia” – de Per
Bylund - Está disponibilizada no site do
Instituto Ludwig von Mises – Brasil.
³ Libertatum
publicou um artigo de minha autoria sobre impostos escrita no meu boletim Ordem
Liberal. Basta procurar no arquivo do blog por Ivan Lima.
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