Localizada
no Marajó, a reserva
extrativista a cada dia vem sendo apossada por governos e entidades estrangeiras interessadas em tornar o povo da reserva incapaz de se manter por si mesmo.
Não
é de hoje que a Amazônia vem sendo alvo da cobiça de
organizações internacionais, que sempre estiveram de olho em sua biodiversidade.
É claro que uma tentativa de se apossar desse santuário ecológico encontraria
forte resistência dos brasileiros, a não ser que houvesse uma "boa
intenção" para justifica-la. E qual intenção melhor do que a de
"ajudar as comunidades ribeirinhas"?
É
com essa bandeira que Banco Mundial, governo alemão, empresas norte-americanas
e até a Fundação Moore vêm justificando a injeção de recursos financeiros na região já há considerável tempo, e um dos principais alvos tem sido a Reserva
Extrativista de Mapuá, localizada no centro da Ilha de Marajó, a maior ilha fluvial do planeta.
Essa ocupação tem sido constante e vem ganhando a simpatia das populações locais, abrindo,
assim, as portas para um lento e gradativo aumento da dependência dos marajoaras pela injeção de recursos (seja nacional ou estrangeiro), de forma que cada geração de moradores da reserva tem sido menos produtiva que a geração anterior e cada vez mais dependente de recursos vindos de fora.
A
principal justificativa dessas ações seria "a proteção dos modos de vida e
a cultura das populações tradicionais, visando sempre o uso sustentável dos
recursos naturais da área.", nada mais perfeito para disfarçar o verdadeiro objetivo.
O
processo esta em estágio tão avançado que recentemente um dos moradores da Reserva já foi
convidado a participar de encontros do MERCOSUL (aquele embrião da futura
URSAL),
o mesmo morador que nesse vídeo (a partir do minuto 1:35) alega que uma economia baseada na
comercialização de produtos da floresta com comerciantes locais seria
" tipo uma escravidão",
referindo-se aos antigos comerciantes locais, cuja atividade baseava-se na
troca de mercadorias por produtos da floresta.
Por
outro lado, o governo federal vem concedendo benefícios como o bolsa-verde e ao mesmo tempo determinou que será o único comprador de tudo que for produzido na
área, restringindo a ação dos comerciantes locais, ou seja, um bloqueio à livre troca entre comerciantes e produtores locais.
É
evidente que o local vem sendo transformado em um laboratório para um experimento de sociedade baseada em economia não apenas coletivizada como também dependente de governos e fundações ligadas a esses governos, ao mesmo em que a
aversão aos comerciantes locais é alimentada no imaginário popular, num nível tão profundo que já existem até os "delatores", prontos a denunciarem qualquer pessoa que tente comercializar produtos da forma antiga.
Não
é preciso pensarmos muito para concluir que tudo isso se trata da velha mentalidade socialista sendo injetada e, como sempre, começando pelos mais vulneráveis, vendendo suas velhas promessas
de um mundo sem trabalho árduo e sem riscos.
É
preciso alertar não só os moradores da Resex de Mapuá, mas todos os marajoaras. Estão caindo no mito do almoço grátis e as medidas que acreditam estarem ajudando a região são insustentáveis a
longo prazo e seu objetivo principal é criar uma geração dependente de governos, de fundações e de pessoas (nacionais ou não) que torcem o nariz para o livre mercado.
Orlando
Miranda
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