Segurança Pública: Vergonha Nacional.
No Brasil, o governo assume uma série de encargos e tarefas que não lhe
dizem respeito. Ele é banqueiro, petroleiro, administrador de portos,
aeroportos, produtor de televisão, dono de restaurantes, empresas de ônibus e
de seguros. Também é grande proprietário de imóveis, mecenas e produtor
cultural. O fato é que esse polvo gigante estende seus tentáculos sobre
inúmeras atividades que deveriam estar entregues à iniciativa privada.
Enquanto isso, no exercício das suas funções substantivas, naquilo que é
a própria razão de ser do Estado, ele é omisso ou ineficiente. Não consegue dar
à população um mínimo de segurança. A justiça é lenta, cara e imprevisível. As
Forças Armadas encontram-se virtualmente sucateadas. Nossas fronteiras
são um perfeito queijo suíço, por onde entram armas, drogas e todo tipo de
contrabando. Sistema viário, infra-estrutura e logística são caquéticos.
Sobre educação e saúde, então, é melhor nem falar. Uma lástima!
De lá para cá, se alguma coisa mudou no país, infelizmente, foi para
pior. O governo continua metendo o bedelho em tudo, os casos de corrupção
não param de crescer, enquanto os serviços públicos, que são monopólio do
Estado, continuam ladeira abaixo.
Recentemente, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório sobre a violência no mundo capaz de
envergonhar qualquer brasileiro minimamente decente. Segundo esse estudo,
o Brasil detém o maior número
absoluto de homicídios entre todos os países pesquisados. De cada cem pessoas
assassinadas por ano no planeta, cerca de treze são mortas no
interior de nossas fronteiras. Segundo a OMS, o total de homicídios no mundo
foi de 475 mil, em 2012, dos quais 64,3 mil foram praticados em terras
tupiniquins.
Em termos proporcionais, o país está entre os dez locais mais perigosos
do mundo. A taxa de 32 mortos para cada 100 mil habitantes é mais de cinco
vezes superior à média mundial, de pouco mais de 6 homicídios para cada cem
mil.
Considerando esse mesmo critério, a América Latina – onde vigora há
tempos o badalado populismo marxista, segundo o qual a causa da violência é a
desigualdade e não a impunidade – é a região mais violenta do planeta. O
país com maior taxa de homicídios do mundo é Honduras, com 103,9 incidentes a
cada 100 mil pessoas. O segundo lugar é da Venezuela, com 57 casos, contra 45
na Jamaica e 43,9 incidentes na Colômbia e em El Salvador.
Não por acaso, a região encontra-se na contramão do resto do mundo.
A OMS aponta para uma queda de 16% no número de homicídios do planeta,
entre 2000 e 2012, enquanto no Brasil essa taxa não para de crescer, pelo menos
desde 2007.
Trata-se de um
verdadeiro descalabro. Mata-se mais no Brasil do que no Iraque ou no
Afeganistão. Ainda ontem, um dia depois da divulgação do relatório da
OMS, a polícia apresentou um assassino em série, que teria
matado mais de 40 pessoas em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, depois que a população
local denunciou o delinquente. Se dependesse da
nossa polícia, que só consegue apurar cerca de 8% dos casos de homicídio, segundo o próprio Ministério da
Justiça, esse monstro provavelmente continuaria fazendo mais vítimas
impunemente.
E ainda querem que eu tenha orgulho de ser brasileiro…
Sobre
o autor
João Luiz Mauad
Administrador de Empresas e Diretor
do Instituto Liberal
João Luiz Mauad é administrador de
empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e
diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O
Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.
Extraído do Instituto
Liberal.
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