Para que serve os Correios?

Fiquei muito confuso com a situação, mas a funcionária logo me esclareceu: “a verdade é que desde o advento da internet e do e-mail, os Correios estão cada vez menos utilizados e sua receita vem caindo a cada ano, por isso, o Governo Federal resolveu terceirizar a abertura de contas do Banco do Brasil para os Correios, através do chamado “Banco Postal””.
Ainda argumentei que isso não fazia sentido nenhum, pois o Banco do Brasil, inevitavelmente, teria que receber a minha documentação e aprovar a abertura de conta, o que geraria um trabalho duplo. A funcionária argumentou que eu tinha toda a razão, mas que a lógica dessa ação não é a eficiência e celeridade do procedimento, mas sim ocupar o pessoal dos Correios, que não tem muito o que fazer.
Acabei indo para os Correios do Largo do Machado fazer a minha conta. Lá fui muito bem atendido (inclusive melhor do que no Banco do Brasil), mas não pude deixar de perguntar sobre o procedimento de abertura. A funcionária me confirmou que é tudo enviado pro Banco do Brasil reavaliar e aprovar tudo o que é feito nos Correios. Coisa de maluco.
Agora vamos aos fatos: a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) é uma típica estatal inchada cuja função-base foi diminuída consideravelmente com o advento de novas tecnologias, como a internet. E antevejo agora o golpe definitivo sobre a empresa: as impressoras 3D. Em um futuro próximo, não apenas o envio de cartas será obsoleto, mas o envio de objetos também, especialmente quando ter impressoras 3D for tão comum quanto ter impressoras tradicionais em casa.
A estrutura típica de empresa estatal impede a ECT de se adaptar aos novos tempos e buscar uma nova gama de produtos e serviços dentro daquilo que se propõe. A decisão do STF de garantir o monopólio de entrega de cartas à empresa apenas reafirmou seu caráter anacrônico e ultrapassado, que se prende a antigas formas de comunicação em vez de investir em novas tecnologias. Com isso, o Governo se vê obrigado a terceirizar uma função típica do BB para a ECT, na expectativa de justificar o injustificável: a manutenção da ECT como empresa estatal e, para piorar, monopolista.
O livre-mercado inviabilizará naturalmente a existência da ECT (acho que isso, inclusive, já aconteceu), e com isso fica a pergunta: até quando vamos suportar, via impostos, os prejuízos da Empresa?
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