Vendas no varejo tiveram variação nula em outubro
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Por Ricardo Bergamini
O comércio varejista não apresentou variação em outubro na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal, tanto para o volume de vendas quanto para a receita nominal (0%). Isso interrompe uma seqüência de 20 meses de resultados positivos da série da receita nominal. Nas demais comparações, obtidas das séries sem ajuste sazonal, o varejo registrou, em termos de volume de vendas, acréscimos de 4,3% sobre outubro de 2010, de 6,7% no acumulado dos dez primeiros meses do ano e de 7,3% no acumulado em 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal variou 8,8%, 11,8% e de 12,4%, respectivamente.
Entre as atividades, seis têm variação negativa
Para o volume de vendas com ajuste sazonal, quatro atividades tiveram variações positivas e seis variaram negativamente: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,6%); livros, jornais, revistas e papelaria (2,7%);móveis e eletrodomésticos (1,1%); combustíveis e lubrificantes (0,6%); material de construção (-0,1%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,2%);hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%);tecidos, vestuário e calçados (-1,0%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,8%); e veículos e motos, partes e peças (-2,8%).
Já na relação outubro11/outubro10 (série sem ajuste), seis das oito atividades dovarejo obtiveram aumentos no volume de vendas: 13,3% para móveis e eletrodomésticos; 2,3% para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 28,8% para equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação; 8,0% para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria; 4,7% em livros, jornais, revistas e papelaria; 0,4% emoutros artigos de uso pessoal e doméstico; -0,8% em combustíveis e lubrificantese –2,2% em tecidos, vestuário e calçados.
Móveis e eletrodomésticos, com aumento de 13,3% no volume de vendas em relação a outubro do ano passado, proporcionou o maior impacto na formação da taxa do varejo (54%). Esse resultado é atribuído à manutenção do crédito, à redução de preços dos eletroeletrônicos (-5,2% no subgrupo aparelhos eletroeletrônicos do IPCA), e à trajetória positiva da massa de rendimentos real habitual dos assalariados. Em termos acumulados, o segmento assinala expansão de 17,3% para os dez primeiros meses do ano, sobre igual período de 2010, e de 17,7% para os últimos 12 meses.
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo,com variação de 2,3% no volume de vendas, em outubro, sobre igual mês do ano anterior, foi responsável pela segunda maior contribuição à taxa global do varejo (25%). Esse resultado se justifica pelo aumento do poder de compra da população, decorrente do crescimento da massa de rendimento. Os resultados da atividade em termos de acumulados nos dez primeiros meses do ano e nos últimos 12 meses foram de 3,8% e 4,1%, respectivamente.
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, responsável pela terceira maior contribuição na formação da taxa global, obteve acréscimo no volume de vendas, em outubro, da ordem de 28,8% sobre igual mês do ano anterior, e taxas acumuladas no ano de 16,4% e, nos últimos 12 meses, de 18,0%. A queda dos preços dos produtos do setor, como os microcomputadores e aparelhos telefônicos (-13,5% e –11,2% nos últimos 12 meses, respectivamente – segundo o IPCA), aliada às condições favoráveis de crédito e renda, explica tal desempenho.
Varejo ampliado cai -0,4% em outubro
O comércio varejista ampliado registrou variações em relação ao mês anterior de –0,4% para o volume de vendas e de –0,6% para a receita nominal, ambas as taxas com ajustamento sazonal. Comparado com o mesmo mês do ano anterior (sem ajuste sazonal), as variações foram de 1,6% para o volume de vendas e de 4,6% para a receita nominal. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses, o setor apresentou taxa de variação de 7,3% e 8,8%, respectivamente, para o volume de vendas. Para a receita nominal, as variações foram de 10,3% e 11,8%, respectivamente.
No que tange ao volume de vendas, a atividade de veículos, motos, partes e peçasregistrou queda de –4,0% em relação a outubro de 2010. Esta variação negativa expressa a redução do ritmo da atividade econômica, bem como as medidas específicas voltadas para o setor, como por exemplo o aumento do IPI para os veículos importados. No acumulando do ano e dos últimos doze meses variações foram da ordem de 8,0% e 11,1%, respectivamente.
Quanto a material de construção, as variações foram de 6,8% na relação outubro11/outubro10, de 9,9% no acumulado do ano e de 10,9% nos últimos 12 meses. Vale observar que o financiamento para aquisição e construção de moradias vem se mantendo como a modalidade de crédito de crescimento mais intenso, segundo o Banco Central do Brasil (46,9% em 12 meses).
24 estados registraram crescimento na comparação com outubro de 2010
Na comparação com outubro de 2010, 24 unidades da federação tiveram resultados positivos, sendo as taxas mais significativas observadas em Tocantins (15,7%); Paraíba (10,3%); Ceará (8,2%); Minas Gerais (7,2%) e Pará (6,8%). Quanto às variações negativas, as taxas foram de: -2,5 no Acre; -2,3% em Sergipe e -0,9% em Mato Grosso. Quanto à participação na composição da taxa do comércio varejista, destacaram-se São Paulo (4,7%), Minas Gerais (7,2%), Paraná (6,0%), Rio de Janeiro (2,7%) e Rio Grande do Sul (2,4%).
Em relação ao varejo ampliado, as maiores taxas de desempenho no volume de vendas ocorreram em Roraima (8,9%), Maranhão (5,8%), Tocantins (5,6%), Rondônia (5,2%), Ceará (5,1%) e Pará (4,6%). Em termos de impacto no resultado global do setor, os destaques foram os estados de São Paulo (1,8%), Minas Gerais (4,2%), Santa Catarina (3,0%), Ceará (5,1%) e Rio Grande do Sul (1,3%).
Ainda por unidades da federação, os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas apontam 14 dos 27 estados com variação positiva, na comparação mês/mês anterior, sendo os destaques: Mato Grosso do sul (3,7%), Distrito Federal (1,6%) e Minas Gerais (0,9%). Dos negativos, as maiores quedas ocorreram em Roraima (-5,4%), Acre (-4,8%), Alagoas (-1,6%) e Rio de Janeiro (-1,2%).
Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
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