sexta-feira, 27 de junho de 2014

Índice de Preços ao Produtor – IPP – Fonte IBGE Base: Maio de 2014

Por Ricardo Bergamini

Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia -0,24% em maio

MAIO 2014
-0,24%
Abril 2014
-0,41%
Maio 2013
0,24%
Acumulado em 2014
1,09%
Acumulado em 12 meses
6,59%

Em maio de 2014, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou -0,24% em comparação ao mês anterior, número superior ao observado na comparação entre abril/14 e março/14 (-0,41%). O acumulado em 2014 ficou em 1,09% em maio, contra 1,33% em abril. Na comparação com o mesmo mês de 2013 (acumulado em 12 meses), os preços aumentaram 6,59% em maio de 2014, contra 7,10% em abril.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores das indústrias de transformação.

11 das 23 atividades pesquisadas apresentam alta de preços

Em maio de 2014, os preços das Indústrias de Transformação variaram, em média, -0,24% em relação a abril. Na comparação com o mês anterior, 11 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 10 do mês anterior. As quatro maiores variações observadas foram: máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,53%), outros produtos químicos (-1,61%), refino de petróleo e produtos de álcool (-1,45%) eimpressão (1,04%). Em termos de influência, sobressaíram máquinas, aparelhos e materiais elétricos (0,07 p.p.), outros produtos químicos (-0,18 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (-0,17 p.p.) e fabricação de máquinas e equipamentos (0,03 p.p.).

Já o indicador acumulado no ano atingiu 1,09% em maio. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva deste indicador sobressaíram: máquinas, aparelhos e materiais elétricos (6,79%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,79%), metalurgia (4,74%) e móveis(4,60%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: refino de petróleo e produtos de álcool (0,44 p.p.), metalurgia (0,36 p.p.), alimentos (-0,32 p.p.) e veículos automotores (0,20 p.p.).

No acumulado em 12 meses, a variação de preços ocorrida foi de 6,59%. As quatro maiores variações de preços ocorreram em máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,76%), calçados e artigos de couro(13,13%), fumo (9,65%) e refino de petróleo e produtos de álcool (9,22%). As principais influências nesta perspectiva vieram de refino de petróleo e produtos de álcool (1,03 p.p.), alimentos (1,78 p.p.), outros produtos químicos (0,63 p.p.) e metalurgia (0,59 p.p.).

Alimentos: em maio, os preços do setor variaram -0,07%, terceiro mês consecutivo de variações negativas. Com o resultado recente, a variação de preços acumulou até maio um resultado de -1,55%. Quando comparado a maio de 2013, os preços de 2014 estiveram 9,19% superiores. Nesta comparação, os resultados vêm caindo desde março de 2014 (11,55%).

Os destaques em termos de variação e de influência recaíram em sete produtos, ou seja, apenas um produto figurou nos dois casos ("açúcar refinado de cana"), e sua influência foi positiva. Os outros três produtos (todos com influência negativa) que mais influenciaram o resultado de maio foram: "resíduos da extração de soja", "açúcar cristal" e "sucos concentrados de laranja". Em conjunto, esses produtos responderam por - 0,13 p.p. da taxa de - 0,07%.

Refino de petróleo e produtos de álcool: a atividade registrou variação de -1,45% em maio de 2014 com relação a abril, primeiro resultado negativo desde novembro. O resultado vinha em patamares menos elevados depois da maior variação mensal registrada em janeiro. No ano, o setor acumula 3,94%, enquanto o indicador dos últimos 12 meses registra 9,22%.

Os três produtos com maior influência foram os mesmos nos três indicadores calculados para maio: “óleo diesel e outros óleos combustíveis”, “querosenes de aviação” e “naftas”. O quarto produto varia de “álcool etílico (anidro ou hidratado)”, para os indicadores mensal e do ano, para “gasolina automotiva”, no acumulado dos últimos 12 meses.

Outros produtos químicos: a indústria química registrou -1,61% de variação em relação a abril, terceiro mês consecutivo de diminuição de nível, com acentuação de queda: os resultados dos meses anteriores tinham sido -0,35% e -1,58% para março e abril, respectivamente. O indicador dos últimos 12 meses desacelera depois do período de dezembro a fevereiro, alcançando 5,72% em maio de 2014 frente a abril de 2013. No ano, o setor acumulou -0,22%, o primeiro com sinal negativo em 2014.

Dentre os quatro produtos em destaque, dois são provenientes da classe dos petroquímicos básicos: “etileno” e “propeno”. O subsetor de resinas termofixas também registrou viés negativo no indicador mensal, com “polietileno (PEAD)”, mas foi no indicador dos últimos doze meses que esta classe mais influenciou, destacando dois de seus produtos: “polietino (PEAD)” e “polipropileno (PP)”. No entanto, tal contribuição foi positiva para os dois indicadores. Completando os produtos em destaque, “adubos NPK” aparece com viés positivo tanto na variação mensal quanto no acumulado do ano.

Metalurgia: o resultado de maio de 2014 foi positivo em 0,29%, revertendo a queda dos dois últimos meses, o que contribuiu para que a variação acumulada nos últimos 12 meses chegasse a 7,56% e a 4,74% a acumulada no ano.

A variação acumulada no ano de 4,74% e sua respectiva influência de 0,36 p.p no resultado das indústrias de transformação explica o fato de metalurgia aparecer como um dos destaques setoriais no IPP. Os quatro principais produtos, em termos de variação de preços, foram positivos e pertencem ao grupo de laminados planos de aço, sendo eles: “bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos”, “bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras”, “chapas grossas de aços ao carbono, não revestidos” e “folhas-de-flandres”. Em relação à influência no ano, destacaram-se: “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”, “alumínio não ligado em formas brutas” e “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos”, além de “bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos”, que também foi um produto destacado em termo de variação de preços.

Máquinas, aparelhos e materiais elétricos: o resultado do mês de maio, 2,53%, é o maior desde novembro de 2013 (2,63%). Com isso, o setor acumulou em 2014 variação de 6,79%. Por sua vez, na comparação com o mesmo mês de 2013, a taxa foi de 12,76%, a maior da série.

As listas de destaque em termos de variação e de influência se diferenciaram por conta de apenas um produto ("motores elétricos" aparece em termos de influência, mas não de variação, e "pilhas ou baterias elétricas, exceto para veículos" em termos de variação, mas não de influência). No caso de "motores elétricos", é a única variação negativa entre os produtos destacados. Os quatro produtos de maior influência responderam por 2,20 p.p. (em 2,53%). Os outros três produtos foram: "refrigeradores ou congeladores para uso doméstico", "máquinas de lavar ou secar roupa para uso doméstico" (ambos pertencentes a fabricação de eletrodomésticos) e "quadros e semelhantes com aparelhos elétricos de interrupção ou proteção".

Máquinas e equipamentos: A atividade de fabricação de máquinas e equipamentos registrou 0,70% de variação em maio relativo a abril, invertendo trajetória registrada no mês anterior, cuja variação havia sido de - 0,42% frente a março. Com o resultado de maio, o acumulado do ano alcançou 0,02%. A pouca variação no ano fez com que o indicador de doze meses indicasse um nível de 4,10%.

Os quatro produtos de maior destaque no indicador mensal somaram 0,52 p.p. de um total de 0,70%. “Válvulas, torneiras e registros” e “máquinas para colheita” apresentaram variação negativa. Por outro lado, “rolamentos de esferas, agulhas, cilindros ou roletes” e “silos metálicos” tiveram viés positivo, refletindo o setor como um todo.

Veículos automotores: A fabricação de veículos automotores apresentou variação positiva de 0,03%, ampliando o acumulado no ano para 1,85%. Com relação a maio de 2013, a atividade apresentou variação positiva de 3,46%. A atividade permanece no nível mais alto desde o início da série, com 8,34%.

Os produtos de maior influência sobre o resultado mensal foram “chassis com motor para ônibus ou para caminhões” e “radiadores ou suas partes para veículos automotores”, que apresentaram variação positiva de preços, e “caminhão-trator para reboques e semi-reboques” e “peças para motor de veículos automotores”, com variação negativa. Esses produtos em conjunto representaram - 0,03 p.p. do índice M/M-1 de maio.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

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