( Do Boletim eletrônico Sem Medo da Verdade - do movimento Paz no Campo)
A História do povo de Mato Grosso do Sul é digna, bonita. Lutando para vencer na vida, viemos de muitos lugares e países. Tanto o Império quanto a República, desde antes da Guerra do Paraguai franquearam as “terras devolutas' para os mais ousados e destemidos para que, nestes sertões, fixassem raízes e povoassem fronteiras, longe da corte e dos grandes centros. É a História de todas as Nações que mantiveram sua soberania territorial. Aquelas que assim não agiram, perderam territórios. Portanto, a História de MS, de nosso povo é a História de nossa Nação, sendo digna, dela merecedora de respeito por todo o sempre. Viemos produzir alimento, o que continuamos fazendo, ação que em todos os povos e épocas é sagrada, intocável. Rússia e China, que violaram essa regra, conheceram a penúria e mortandade coletivas.
Após dificuldades e isolamento seculares, quando apenas a erva mate, a pata do cavalo e do boi faziam estradas e produziam riquezas suficientes para manterem os nossos pioneiros em fazendas, sítios e vilarejos, outros tempos chegaram com novas migrações, soja, aveia, trigo, cana, usinas, milho, em fim, uma agro-pecuária de fazer inveja em outras economias. Mais emprego, estradas, produção de riquezas tiradas da terra, escolas, indústrias, melhoria das condições de vida trazendo otimismo, esperança. Lamentavelmente, nem tudo são flores e o progresso não chegou para todos.
Nossa população indígena, sob uma tutela estatal incompetente e mal orientada, viu a caravana do progresso passar sem dela participar. Até hoje sem uma escola agrícola sequer, sem investimentos suficientes em moradia, saúde, sem treinamento e educação que lhes dessem melhores condições de trabalho para, com dignidade e sem tutela, conquistarem os benefícios da civilização. Nessas condições, suas aldeias tornaram-se míseras favelas onde a mortalidade infantil, o álcool, a droga, o tráfico, gangs e manipulações político-ideológicas encontraram condições ótimas para prosperarem. Um verdadeiro genocídio físico e cultural se estabeleceu contra esses nossos irmãos, tutelados pelo Estado brasileiro, através da FUNAI. Ironicamente, com poucas terras, testemunha-se que maior parte delas é mal aproveitada, ociosa. A mendicância cresceu no lugar do trabalho. Um povo que podia ser próspero, integrado, recebendo a melhor educação, bolsas de estudo, oportunidade de trabalho, pede pão velho nos arredores de Dourados. Nesse quadro, a miséria e o conflito indígenas tornaram-se meio de vida para interesses e entidades espúrias, verdadeiros gigolôs da desgraça indígena.
Diante desse quadro infeliz, seus responsáveis encontraram uma saída fácil e imoral: a criminalização da História de nosso povo. Caluniosamente, tentando tapar sua responsabilidade na degradação indígena, afirmam que ela resultaria sempre e apenas da 'falta de terras', em conseqüência do hipotético roubo dessas terras pelos pioneiros aqui trazidos, ora pelo Império, ora pela República. Ou seja, pelo Estado brasileiro e suas políticas públicas. Pouco importa a miserabilidade dos Cadiwéus, com milhares de hectares. Pouco importa o fato de que, quando da criação das aldeias, estas se constituíssem de pequenos agrupamentos e que tiveram sua população multiplicada. O que importa é colocar a responsabilidade pela miséria indígena sobre as costas dos nossos pioneiros e pretender que estes paguem por esse crime, como se responsáveis por ele o fossem. A expressão 'preservação da cultura indígena' é usada para impedir que nossos índios estudem, trabalhem e prosperem juntos de nós, como brasileiros que são. Seu isolamento e miséria alimentam empregos, verbas, conflitos e laudos.
Em poucas palavras: a política indigenista oficial, após roubar o presente e o futuro de nossos índios, para encobrir esse crime de lesa-humanidade, pretende agora roubar nossa dignidade, a honra da História do povo de MS. Teríamos pirateado nossos índios e, por isso, deveremos pagar, com nossas propriedades legítimas, com o futuro de nossas vidas, por uma injustiça histórica que, se existente, pertence a toda nossa sociedade, de Norte a Sul do Brasil. Há pouco, no Midiamaxnews, um membro do MPF afirmou que os fazendeiros deveriam ter mais sensibilidade para com os indígenas e que índios e fazendeiros deveriam ceder na busca de soluções... Leitor, já vi muita gente fazer cortezia com chapéu alheio, mas não com a sensibilidade e com direitos alheios... Quanto a ceder seus direitos, ninguém precisa fazê-lo. O que falta é o MPF fazer o Estado brasileiro cumprir suas responsabilidades constitucionais para com índios e não índios, sem discriminações, ideologia ou cortezia com direitos alheios.
Por isso uns já foram e outros serão citados como réus “ocupantes de terras indígenas”, mediante uma nebulosa “identificação de terra indígena” que passa por cima de todo e qualquer Direito Constitucional de quem acreditou no Estado, na Constituição, nas Leis e, baseados nessas crenças, comprou, pagou, recolheu impostos e produziu até secularmente. Para um governo que dispões de milhões de dólares para fazer doações a africanos, índio boliviano e paraguaio, Cuba, fácil seria adquirir legitimamente áreas particulares para realizar a tão almejada “expansão das aldeias”, onde o indígena pudesse viver dentro de seu “tradicional modo de vida”. Mas tal solução não interessa, leitor, pois ela estancaria o conflito e as verbas para entidades parasitas.
O que acima está posto, leitor, não é preciso ser historiador ou antropólogo para saber. A sociedade é testemunha, simplesmente. Portanto, o que se passa, não é resultado de equívocos ou erros. É uma prática ideológica, de inspiração marxista-leninista, com objetivo de conflitar comunidades, isolar nossos indígenas, criar grandes “áreas contínuas” nas fronteiras, criminalizar a História das fronteiras de nosso Mato Grosso do Sul e impactar o estatuto da propriedade privada. Como se não bastasse, esse projeto anti-Nação é sustentado com dinheiro público e internacional, acasalamento esse sacramentado por uma ideologia imoral, sem pátria, mestra em denegrir e fracassada em construir. São os sujismundos de nossa História.
Quem desmente os fatos?
Fonte: MNP - Movimento Nacional dos Produtores
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