quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Produção Agrícola Municipal - IBGE

Por Ricardo Bergamini
  • Valor da produção agrícola cai 5,3% de 2008 para 2009;
  • Produção de grãos tem redução de 11,6 milhões de toneladas de 2008 para 2009;
  • Participação no valor da produção: SP se mantém em 1º, MT sobe para 2º, PR cai para 4º
  •  Falta de chuvas prejudica a soja, que tem queda de -4,2% na produção de 2009 
  • Mesmo crescendo em ritmo menor, produção de cana-de-açúcar quebra recorde
  •  Redução do plantio, grandes estoques, baixa cotação, crise e clima reduzem a safra de milho  
  •  Em ano ‘de baixa’, produção de café cai 12,8%
  • Principal produtor de arroz, RS tem safra 8,7% maior em 2009
  • Produção de mandioca sofre queda de 8,6%; preço médio aumenta 8,7%
  • Produção de feijão cresce 0,7%; MT e GO têm maiores ganhos
  •  Quantidade produzida de algodão herbáceo em São Desidério (BA) supera MS, GO e MG juntos
  • Sul lidera a produção de trigo, mas rendimento em GO e MG é bem maior que a média nacional 
  • Fruticultura tem aumento de 1,8% no valor da produção em 2009;
Valor da produção agrícola cai 5,3% de 2008 para 2009

O valor da produção em 2009 foi de R$ 140,8 bilhões, menor em quase R$ 8,0 bilhões (-5,3%) na comparação com 2008. A redução se deve, basicamente, à menor produção de milho (-13,9%), café (-12,8%), algodão herbáceo (-27,3%), trigo (-16,1%) e soja (-4,2%). Além disso, alguns produtos, como milho, feijão, café e trigo, tiveram preços inferiores aos do ano anterior. A área plantada total aumentou 0,3% sobre 2008 e chegou a 65,7 milhões de hectares.

As culturas que mais se expandiram em 2009 foram a soja, com 509,6 mil hectares (2,4%), e a cana-de-açúcar (572,5 mil hectares, 7,0% a mais). A soja, mesmo com a redução da safra, continuou sendo a cultura que mais contribuiu para o valor da produção, com 27% do total (R$ 38,0 bilhões). Em segundo lugar, veio a cana-de-açúcar com 17,0% (R$ 24,0 bilhões). A expansão da cultura e os bons preços no mercado, principalmente do açúcar, levaram a um aumento de 16,0% no valor da produção da cana, em comparação com 2008. Esse crescimento a fez ultrapassar o milho, que perdeu o 2º lugar (14,0% em 2008) por problemas climáticos e baixos preços do mercado, reduzindo sua participação em 2009 para 10,7% do total produzido. Em quarto lugar veio o café, cuja redução já era esperada, porque essa cultura alterna anos de alta e baixa produtividade, com 6,1% do valor da produção nacional em 2009.

Entre os produtos que tiveram crescimento em 2009, destacam-se o feijão, com aumento de 0,7% na produção e 8,4% na área plantada; o arroz em casca, que chegou a 12,7 milhões de toneladas (+4,9%); e as frutas que, coletivamente, geraram receita bruta de R$ 17,7 bilhões, 1,8% maior que a de 2008.

São Paulo era em 2009 o maior estado em produção agrícola, responsável por 16,3% do total da produção nacional, sendo o principal produtor de cana-de-açúcar, laranja, amendoim, banana, limão e tangerina, entre outras. Já o Paraná, que estava em 2º lugar em 2008, com 14,8% do valor da produção nacional, em 2009 passou por problemas climáticos, caindo para quarta colocação com 11,8%, atrás do Mato Grosso (12,8%) e Rio Grande do Sul (12,7%).

O município de Sorriso (MT) continuou como maior produtor agrícola nacional em termos de valor da produção. É o maior produtor de soja e milho, mesmo com a redução de 10,4% em relação a 2008. Essas e outras informações integram a pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2009, que investiga os 64 principais produtos das lavouras temporárias e permanentes da agricultura nacional.


Produção de grãos tem redução de 11,6 milhões de toneladas de 2008 para 2009

Cerca de metade do valor da produção agrícola brasileira se concentra em 15 produtos, os “cereais, leguminosas e oleaginosas”, ou “grãos”. Por ordem de participação no valor da produção, eles são: soja, milho, feijão, arroz, algodão herbáceo, trigo, sorgo, amendoim, cevada, mamona, girassol, aveia, triticale, centeio e algodão arbóreo. O grupo totalizou 133,8 milhões de toneladas em 2009, -11,6 milhões de toneladas contra 2008, redução vista principalmente no milho (-8,27 milhões de toneladas), soja (-2,49 milhões de toneladas), algodão herbáceo (-1,09 milhões de toneladas) e trigo (-972 mil toneladas). As principais causas foram o clima (que reduziu a produtividade) e, no caso do milho e do algodão, os baixos preços pagos aos produtores na época do plantio, que levaram à redução da área plantada.

Participação no valor da produção: SP se mantém em 1º, MT sobe para 2º, PR cai para 4º

Entre os estados, São Paulo se manteve em 1º lugar em participação no valor da produção agrícola nacional, passando de 15,6% em 2008 para 16,3% em 2009. Mato Grosso, 5º colocado em 2008, com 10,8%, teve em 2009 uma boa safra de milho, com incremento na produção (+4,9%) e rendimento médio de 4.920 kg/ha, 15,5% superior ao de 2008, por isso sua participação no valor da produção passou para 12,8% em 2009, alcançando o 2º lugar, seguido pelo Rio Grande do Sul (12,7%).

Já o Paraná caiu da 2ª para a 4ª colocação (de 14,8% para 11,8% da produção). Principal produtor de milho (22,1% do total nacional), o estado colheu -27,7% em 2009 (de 15,6 para 11,3 milhões de toneladas). O desempenho foi prejudicado por problemas climáticos no plantio, que determinaram queda do rendimento médio em 23,1% (de 5.335 kg/ha em 2008 para 4.118 kg/ha em 2009) e causaram perda de 52,5 mil hectares da área plantada. Além do milho, a soja, produto em que o Paraná é o 2º no ranking nacional, teve redução de -20,3%, pelas mesmas dificuldades.

Nove dos dez maiores municípios produtores agrícolas são do Centro-Oeste

Muitos dos 50 maiores municípios pelo valor da produção agrícola sofreram quedas de 2008 para 2009, porque o milho, muito importante para grande parte deles, foi bastante afetado. Dos 10 primeiros municípios, sete estão no Mato Grosso e dois em Goiás. Destaca-se Sorriso (MT), maior produtor de soja e milho, com o maior valor de produção em 2009 (R$ 1,33 bilhões), apesar da queda de -10,4% face a 2008. No município, a soja teve incremento de 2,6%, enquanto o milho caiu -9,5%. Sorriso também produziu -58,2% de algodão herbáceo (60,3 mil toneladas em 2008 contra 25,2 mil em 2009), o que se deveu, principalmente, à menor área cultivada devido aos baixos preços no mercado. São Desidério (BA), única cidade da lista fora do Centro-Oeste, ficou em 2º lugar, com valor de produção de R$ 1,07 bilhões e queda de -18,3% em relação a 2008.


Falta de chuvas prejudica a soja, que tem queda de -4,2% na produção de 2009

A produção nacional de soja em 2009, que representou 42,8% da produção nacional de grãos, foi de 57,3 milhões de toneladas, -4,2% face a 2008. A principal razão da queda foi o clima: estiagem na Região Sul, atraso nas chuvas no Centro-Oeste e sua distribuição irregular no Nordeste. A área cultivada, de 21,75 milhões de hectares, aumentou 2,4%. O valor da produção foi R$ 37,99 bilhões, com valor médio de R$ 662,44/t (1,33% face a 2008). Mato Grosso continuou líder na produção de soja, com 17,96 milhões de toneladas; destaque para Sorriso (1,84 milhões), Sapezal (1,11 milhões) e Nova Mutum (1,05 milhões).

Na região Sul, a segunda maior região produtora, a forte estiagem, principalmente em novembro e dezembro, causou queda de -9,8% na produção e o Paraná foi o estado mais afetado (-20,3%).

Mesmo crescendo em ritmo menor, produção de cana-de-açúcar quebra recorde

A cana-de-açúcar teve mais um recorde em 2009, com 671,4 milhões de toneladas e aumento de 4,0% em comparação a 2008. Também houve crescimento na área colhida (4,6%), que chegou a 8,5 milhões de hectares. O rendimento médio mudou pouco em relação à safra anterior e ficou em 78.854 kg/ha. Mesmo significativo, o aumento da produção é bem menor do que em 2008, 17,4% frente a 2007. As razões da desaceleração foram: a crise econômica mundial, que diminuiu a implantação de novas usinas; a redução na expansão canavieira nos últimos quatro anos; e o excesso de chuvas no 2º semestre de 2009, que retardou a colheita e fez ficar cana no campo para a próxima safra.

Nos últimos anos, cada vez mais cana se destinava à produção de etanol. Porém, com a recente mudança da Índia, de exportadora para importadora de açúcar, o açúcar brasileiro foi valorizado no mercado mundial. Com isso e mais o aquecimento do preço do etanol, o valor da produção foi de quase R$ 24 bilhões, 16,0% superior ao de 2008.

São Paulo, maior produtor nacional, concentrava 57,9% da produção (388,9 milhões de toneladas), 0,7% a mais do que em 2008. Ainda assim, o clima prejudicou a colheita: Morro Agudo, maior município produtor, teve redução de 22,6% na produção sobre 2008.

Em Minas Gerais, a produção de cana alcançou 58,4 milhões toneladas (21,8% a mais que em 2008) e passou o Paraná, tornando-se o 2º maior produtor nacional, com 8,7% da safra brasileira. Porém, algumas áreas foram prejudicadas pelo excesso de chuvas: Uberaba, maior produtor mineiro, teve redução de -22,7% em relação a 2008. Apesar de também ter sofrido com o excesso de chuvas, o Paraná teve safra 5,0 % superior à do ano anterior, 53,8 milhões de toneladas. A expansão dos canaviais foi maior no Centro-Oeste, por causa das terras com melhores preços. Goiás, maior produtor regional, teve aumento de 29,8% (43,0 milhões de toneladas, 515,6 mil hectares). No Mato Grosso do Sul, a produção foi de 25,2 milhões de toneladas, 18,1% maior do que em 2008. Rio Brilhante (MS) é o segundo maior município produtor do Brasil, com 6,3 milhões de toneladas e produtividade de 94 t/ha. No Nordeste, tradicional produtor de açúcar, os principais estados foram Alagoas (26,8 milhões de toneladas, -8,3%) e Pernambuco (19,4 milhões, -4,5%).

Redução do plantio, grandes estoques, baixa cotação, crise e clima reduzem a safra de milho

As duas safras de milho em 2009, somadas, chegaram a 50,7 milhões de toneladas, com queda de 13,9% face a 2008. O milho teve o 2º maior volume na produção nacional de grãos em 2009 (37,8%), após a soja (42,8%).

A redução de 6,2 milhões de toneladas (-15,7%) para o milho 1ª safra e de 2,0 milhões de toneladas (-10,7%) para o de 2ª safra, contra 2008, pode ser explicada, em parte, pelo desestímulo ao plantio, grandes estoques nacionais e baixa cotação do produto. Isso e o clima desfavorável contribuíram para a queda de 9,0% no rendimento, de 4.079 kg/ha em 2008 para 3.714 kg/ha. O preço médio, de R$ 17,79 por saco de 60 quilos em 2009, foi 15,8% menor do que em 2008. Tudo isso levou à perda de 5,5% na área colhida (de 14,4 milhões de hectares em 2008 para 13,6 milhões de hectares). A região Sul foi a mais afetada pela estiagem.

O Paraná, maior produtor nacional em 2009 (22,2%), teve 2,7 milhões de hectares de área colhida, menos 5,4% face a 2008. A produção caiu 27,7% (11,3 milhões de toneladas em 2009). A redução de 22,8% no rendimento médio (4.118 kg/ha) foi causada por problemas climáticos no plantio de ambas as safras. A área plantada diminuiu em 52,4 mil hectares. Nenhum município paranaense estava entre os 20 primeiros; a maioria foi do Mato Grosso e de Goiás – destaques para Sorriso (903 mil t), Lucas do Rio Verde (809 mil t), Campo Novo do Parecis (576 mil t) e Sapezal (571 mil t) todos no MT.

Em ano ‘de baixa’, produção de café cai 12,8%

Em 2009 o Brasil colheu 2,4 milhões de toneladas de café (40,7 milhões de sacas de 60 kg), contra 2,8 milhões de toneladas em 2008 (-12,8%). A área colhida fechou o ano em 2,2 milhões de hectares. O rendimento médio de 1.118 kg/ha foi 12,0% menor do que em 2008. Essa redução, maior na espécie Coffea arábica (predominante no Brasil), já era esperada, porque a cafeicultura alterna anos de alta e baixa produtividade. Dos 17 estados produtores, destacam-se Minas Gerais (49,0%), Espírito Santo (25,4%), São Paulo (8,1%), Bahia (7,2%), Paraná (3,7%) e Rondônia (3,8%).

Em Minas, com 616 dos 1768 municípios produtores, a safra de 2009 – somando as duas principais espécies, foi de 1,2 milhão de toneladas (19,9 milhões de sacas), 15,6% menor do que 2008. A área colhida foi de 1,0 milhão de hectares, com rendimento médio de 1.182 kg/ha, contra 1.331 kg/ha em 2008 (-11,2%).

No Estado do Espírito Santo predomina a espécie Coffea canephora. Por isso, ao contrário dos outros estados, lá houve um pequeno aumento de produção entre 2008 e 2009, de 0,2%. Em 2009 a área colhida foi de 489 mil hectares, a produção total alcançou 619,7 mil toneladas (10,3 milhões de sacas) e o rendimento médio, considerando as duas espécies, fechou em 1.265 kg/ha.

Principal produtor de arroz, RS tem safra 8,7% maior em 2009

A produção nacional de arroz em casca em 2009 foi de 12,65 milhões de toneladas, 4,9% maior do que em 2008. Foram colhidos 2,87 milhões de hectares, com rendimento médio de 4.405 kg/ha, valor de produção de R$ 7,07 bilhões e valor médio de R$ 558,92/t (-3,7% face a 2008). Destaca-se o desempenho do Rio Grande do Sul, onde predomina o cultivo irrigado por inundação: foi o maior produtor nacional (63,1%), com safra de 7,98 milhões de toneladas (+8,7% frente a 2008), área colhida de 1,1 milhão de hectares (+4,2%) e rendimento médio de 7.187 kg/ha (+4,3%). As boas condições climáticas colaboraram para os bons resultados. Todos os 20 maiores municípios produtores de arroz são gaúchos. Os cinco primeiros (Uruguaiana, Itaqui, Santa Vitória do Palmar, Alegrete e Dom Pedrito) somaram 19,0% da produção nacional e 30,1% do estado.

Produção de mandioca sofre queda de 8,6%; preço médio aumenta 8,7%

A produção da mandioca, de 24,4 milhões de toneladas, caiu -8,6% em relação a 2008. A área colhida diminuiu de 1,89 milhões de hectares em 2008 para 1,76 milhões em 2009 (-6,8%), o rendimento médio foi de 13.861 kg/ha (-2,0%) e o preço médio de R$ 228,46/t (-8,7%). O Nordeste teve a maior área colhida (811 mil hectares) e produção (8,18 milhões de toneladas). Três estados concentraram 47,7% da produção: Pará (18,6%, 4,5 milhões de toneladas), Paraná (15,0%, 3,6 milhões de toneladas) e Bahia (14,1%, 3,4 milhões de toneladas). Nove dos vinte maiores municípios produtores estão no Pará; destaque para Acará (592 mil t).

Produção de feijão cresce 0,7%; MT e GO têm maiores ganhos

Somando-se as três safras do feijão em 2009, a produção nacional totalizou 3,49 milhões de toneladas, 0,7% acima de 2008. O fraco desempenho do produto nesse ano deveu-se, principalmente, ao clima desfavorável em importantes centros produtores. A área colhida foi de 4,1 milhões de hectares, 8,4% maior do que a de 2008. A ampliação da área se deveu aos bons preços na implantação das 1ª e 2ª safras e a medidas de estímulo ao plantio.

Juntos, os seis principais estados produtores (PR, MG, BA, SP, GO e MT) foram responsáveis por cerca de 71,0% do total produzido em 2009. O Paraná se manteve como principal produtor, com 22,6% no total nacional (787 mil toneladas, +2,1% contra 2008). Minas Gerais permaneceu na segunda posição, com 602 mil toneladas (+3,1%). Goiás (5º) e Mato Grosso (6º) tiveram os maiores ganhos relativos de produção (18,8% e 72,4%).

A produção dos 20 principais municípios produtores foi de 773,7 mil toneladas, 23,5% da produção nacional. Destaque para Unaí (MG), com 123,6 mil t, Cristalina (GO), com 64,8 mil t e Castro (PR), com 56,4 mil t.

Quantidade produzida de algodão herbáceo em São Desidério (BA) supera MS, GO e MG juntos

A produção de algodão herbáceo em 2009 totalizou 2,9 milhões de toneladas, 27,3% menor do que a do ano anterior. Os principais fatores que influenciaram a queda foram: a crise internacional no período imediatamente anterior ao plantio, que levou à redução das áreas destinadas a ele; o custo da produção, superior ao de outras lavouras com possibilidade de ocupar a mesma área; e, principalmente, o risco de baixas cotações no momento da comercialização.

O Mato Grosso, maior estado produtor e que concentra 13 dos 20 maiores municípios produtores do país, colheu 1,4 milhão de toneladas (-32,0% contra 2008). Em 2º lugar, a Bahia produziu 917 mil toneladas (-21,5% face a 2008). O excesso de chuvas fez com que o rendimento médio diminuísse -15,9%. O município baiano de São Desidério, maior produtor do país, foi o único entre os 20 maiores municípios produtores que aumentou a área colhida e contribuiu com 485 mil toneladas (16,8% da produção nacional), superando, inclusive, a soma das participações percentuais dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais – respectivamente, 7,8%, 5,0% e 1,9% da safra nacional.

Sul lidera a produção de trigo, mas rendimento em GO e MG é bem maior que a média nacional

A safra do trigo foi de 5,06 milhões de toneladas (-16,1% face a 2008), principalmente pelas chuvas do final do ciclo, que reduziram a produção e a qualidade do produto, tornando parte dele imprópria para a panificação. A área destinada ao plantio teve pequena ampliação (2,44 milhões de hectares, contra 2,39 milhões em 2008), especialmente no Paraná, que retém 49,1% da produção nacional.

A região Sul é responsável por 92,3% da produção nacional de trigo. Porém, tem havido forte crescimento na região do cerrado, especialmente Minas e Goiás, onde o cultivo irrigado levou a bons rendimentos médios: 4.412 kg/ha e 3.764 kg/ha, respectivamente, contra 2.080 kg/ha nacionais. Nos municípios de Rio Verde (GO), Montividiu (GO) e Varjão de Minas (MG), o rendimento médio chegou a 6.000 kg/ha.

Fruticultura tem aumento de 1,8% no valor da produção em 2009

A produção frutícola analisada pela PAM reúne 22 espécies, que coletivamente cobriram 2,91 milhões de hectares colhidos em 2009, gerando receita bruta de R$ 17,7 bilhões, +1,8% maior do que a de 2008. Esse valor representou 12,6% do valor total da produção dos 64 itens estudados. Apesar de laranja e banana (com as maiores participações no valor total das frutas, 26,4% e 17,8%, respectivamente), terem tido quedas no valor da produção (laranja: -7,9%; banana: -0,2%), outros produtos tiveram grandes aumentos: noz (43,9%), maracujá (39,4%), mamão (32,0%), limão (18,7%), melancia (17,5%), caqui (14,9%) e melão (4,6%). Além de laranja e banana, também tiveram redução expressiva no valor manga (-21,3%), pêssego (-7,3%), castanha de caju (-7,5%), coco-da-baía (-5,5%) e pêra (-4,7%).

A safra da laranja em 2009, de 17,6 milhões de toneladas (431,8 milhões de caixas), caiu -5,0% face a 2008. A área colhida foi de 787 mil hectares (-5,9%). São Paulo, que tem 77,4% da produção nacional e também processa a fruta e exporta o suco, produziu 6,2% menos que em 2008: 13,6 milhões de toneladas, 334,4 milhões de caixas. A citricultura está indo do norte para o sul do estado, por várias razões: expansão da cana-de-açúcar, menores preços das terras ao sul, problemas com pragas e doenças. Em Minas a produção de 749,9 mil toneladas teve o maior crescimento sobre 2008 (22,1%), mesmo com redução na área colhida. O Paraná (3,0% da produção nacional) vem crescendo com uso de alta tecnologia e rendimento médio (26.000 kg/ha) superior aos demais estados, inclusive São Paulo.

A safra da banana em cacho foi de 6,78 milhões de toneladas em 2009, 3,1% menor que a de 2008. A área colhida foi de 479,6 mil hectares, com rendimento médio de 14.144 kg/ha. Os seis maiores estados produtores (SP, BA, SC, MG, PA e PE) responderam por 65,7% da produção. São Paulo, com aumento de 2,6%, totalizou 1,26 milhão de toneladas (18,5% do total) e voltou a ser o principal produtor nacional da fruta, superando a Bahia, cuja produção caiu 28,4% (1,02 milhão de toneladas, 15,0% da produção nacional). Cajati (SP) produziu 216 mil toneladas (+63,0% sobre 2008) e foi o maior município produtor, ultrapassando Miracatu (SP), que colheu 145,2 mil (-8,3%). A Bahia teve o maior valor de produção (R$ 597,4 milhões, valor médio de R$ 588,33/t), seguida por São Paulo (R$ 454,7 milhões, média de R$ 361,60/t). A média nacional ficou em R$ 465,84/t, 2,9% acima de 2008.

A safra da uva foi de 1,37 milhão de toneladas em 2009 (-3,9% em relação a 2008), interrompendo tendência de crescimento que se mantinha desde 2006. O valor da produção nacional foi de R$ 1,6 bilhão (valor médio de R$ 1.180,56/t). A área colhida foi de 73,5 mil hectares, com rendimento médio de 18.573 kg/ha. O Rio Grande do Sul, que colheu 737,4 mil toneladas (54,0% da produção nacional em 2009), teve queda de 5,1%. Em segundo lugar estava São Paulo, com 185,1 mil toneladas (13,6% do total) e, em terceiro, Pernambuco, que teve o maior rendimento médio (26.406 kg/ha). Os quatro maiores municípios produtores – Petrolina (PE), Bento Gonçalves (RS), Flores da Cunha (RS) e Caxias do Sul (RS) – responderam por 27,1% da produção nacional de uvas. Petrolina voltou à liderança perdida em 2008 para Bento Gonçalves, com a produção de 106,4 mil toneladas contra 100,3 mil toneladas do município gaúcho.

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