Não é só a Dilma; Não é so o aborto!

Por Klauber Cristofen Pires

Andei dando uma olhada pela internet e constatei a ampla distribuição do meu artigo "Os Cristãos Podem Mais", para vários site e blogues, muitos dos quais eu ainda não ouvira falar. Consagremos a boa credibilidade do site Mídia sem Máscara, de onde a maior parte extraiu o texto. Que bom! Além da esperada difusão, vou localizá-los novamente e cadastrar da LIBERESFERA! Aproveitando o ensejo, a boa recepção daquele artigo e outros fatos novos merecem alguns comentários adicionais...

Em primeiro lugar, é honesto da minha parte salientar ou reiterar que a escolha por Serra, pelo menos da minha parte, dar-se-á pela via da exclusão. Com razão, Serra é por si uma escolha muito ruim; ocorre, porém, que a escolha por Dilma é péssima! Prefiro, pois, o "muito ruim" ao "péssimo".

Saliento esta tática dos petistas: Não é só a questão do aborto, mas são todas as iniquidades perpetradas desde longos anos pelo partido revolucionário: casamento gay, doutrinação esquerdista, sexualista e gaysista nas escolas, censura, lei anti-homofobia, subordinação do Judiciário ao MST, corrupção, bisbilhotagem de dados privados e tantas outras. O que eles têm intentado fazer é reduzir todas as suas torpezas a um único assunto (o aborto), e assim negá-lo de uma só vez, como a um mosquito que se mata com um tapa. Só que não é um mosquito, mas um enxame de abelhas africanas! Tomemos sempre consciência disto!

Se nos valermos de todas as iniquidades anti-cristãs, um tanto vai respingar (e vai respingar quente) em Serra, Fernando Henrique Cardoso e em todo o PSDB.  Ôpa, quem é lá Aloysio Nunes, que venceu agora o pleito para Senador em São Paulo pelo PSDB, senão um terrorista de mesma ou pior folha corrida que a Sra Dilma Roussef ? Só para aquecer as lembranças, foi ele quem participou do assalto ao trem pagador Santos-Jundiaí, em agosto de 1968. Fernando Henrique, por sua vez, tem feito campanha pela descriminalização das drogas e pelo movimento denominado pelas esquerdas de "anti-homofobia". Serra é o autor da lei de proibição ao fumo, da cassação do direito de propriedade dos fabricantes de remédios e um atroz adepto da substituição tributária progressiva, que vem engessando o setor produtivo do Estado de São Paulo. Em Santa Catarina, o recém-eleito Senador Luiz Henrique da Silveira, do PMDB e aliado do PSDB e do DEM naquele estado foi o autor da desastrosa Lei de Reserva de Mercado para a Informática, que enterrou o setor à maneira isolacionista de Mao-Tse-Tung.

Portanto, nem tudo são maravilhas. Tomemos ciência de que o Sr Serra ganhou esta recente adesão por parte da sociedade menos por méritos seus e de sua exdrúxula campanha do que por um benfazejo clarão na consciência dos brasileiros cristãos, e mesmo daqueles que sem o serem religiosamente, respeitam as nossas tradições como formadoras dos bons costumes e das boas leis.

Por outro lado, em artigo recente, o jornalista Reinaldo Azevedo tem contestado tal fator como irrelevante para a virada nos prognósticos no pleito do dia 03 de outubro, preferindo optar, demonstradas as suas razões, de que se trata mais do efeito Erenice. Não descarto nem uma nem outra das causas, porém intuitivamente suspeito que já foram tantas as denúncias de escândalos em todos os dois mandatos lulistas que outras novas somente poderiam causar efeito se atribuirmos sua efetividade à pouca memória do brasileiro.

Não obstante, eis que surge uma nova questão: tenha ou não sido o aborto (na verdade, as inúmeras iniquidades petistas) o indesejável contrapeso na balança, o só fato de a Sra Dilma e todo o PT terem corrido para desmenti-lo, assumindo teatrais posturas cristãs, tornou-se, por si só, um fato novo a ser destacado: a candidata petista é uma mentirosa compulsiva, assim como todo o PT!

Moral da história: De minha parte, vou votar em Serra, para escolher o "muito ruim", mas ainda assim, preferível ao "péssimo", e assim recomendo a quem decidir por embarcar comigo nessa. Entretanto, o pensamento liberal-conservador de uma maneira ou de outra, mostrou a sua força, e mais do que isto, tomou consciência deste poder. Usemo-lo, pois, para que as próximas eleições sejam disputadas entre um canditado muito ruim e outro só "ruim" ou "mais ou menos", e assim vamos progressivamente puxando o debate e as questões leitorais para uma pauta mais à direita. A isto denomino um movimento "anti-político", isto é, pautado pela sociedade, ao invés de pelos políticos.