Como esses assuntos não podem vir à tona, para não expor a incapacidade desse governo e de sua candidata, o desespero do PT seria até engraçado, não fosse a tristeza pela utilização da máquina pública e do próprio Presidente da República na campanha política.
A elevação dos percentuais de votos destinados a José Serra nas últimas pesquisas eleitorais, subindo cada vez mais a cada uma que é divulgada, deixa os petistas irritados de tal forma que chega a ser engraçado. Nota-se claramente a mudança de atitude dos mesmos ante a diferença entre uma vitória quase certa no primeiro turno e uma vitória bastante incerta, com fortes indícios de uma quase derrota, no segundo turno.
Apesar de engraçadas as atitudes e os semblantes, o país acaba pagando caro pela mudança de rumo nas eleições, uma vez que também é cada vez mais claro o envolvimento de toda a máquina estatal na campanha. O Presidente da República, então, parece entender que o país não possui regras, leis, nem Poder Judiciário, uma vez que desrespeita todos estes com seu envolvimento.
É lamentável que tenhamos uma campanha política onde não está se julgando a capacidade dos candidatos para comandar o país, e sim a capacidade de um contra o QI (Quem Indicou) de outro, coisa tão comumente utilizada pelos políticos que inflam as empresas estatais de funcionários através de simples indicações, sem nenhum concurso público ou mesmo uma simples análise de sua competência.
Esse é o maior motivo das empresas estatais não funcionarem, prejudicando também empresas privatizadas total ou parcialmente, mas onde o governo continua sócio e com poderes para continuar indicando ou mesmo impondo funcionários. Empresa outrora exemplo de competência e que agora sucumbe diante desse comportamento é a EBCT, os nossos Correios.
Os casos de corrupção nesse governo são tantos que, quando ocorre um debate entre os candidatos, a imprensa deixa de questioná-los sobre suas propostas de governo para falar sobre corrupção. A candidata petista é de um despreparo tão elevado que sequer consegue, pelo menos, deixar de falar o que não deve, provocando debates sociais enormes sobre temas que, se não tivessem vindo à tona por suas declarações, teriam deixado muito mais espaço para se debater o que realmente interessa, a capacidade dos candidatos sobre os mais diversos temas.
Apesar da utilização da máquina estatal em favor da candidata petista, "como nunca antes na história desse país" se havia visto, temas importantes como a invasão de propriedades pelo MST, as privatizações, estatizações e o aparelhamento da Força Aérea Brasileira, com a escolha, para a aquisição, das aeronaves que o país necessita, deixaram de ser debatidos pelos candidatos e, pior, foram escondidos pelo governo, que mandou calar o MST, cujo líder já havia declarado que as invasões se intensificariam em mais um possível governo petista, e deixou para depois das eleições uma possível aquisição dos piores aviões entre os possíveis.
O governo e sua candidata, ideologicamente socialistas, como os "companheiros" Fidel Castro, Evo Morales e Hugo Chávez, não se cansam de declarar que governos anteriores não poderiam ter privatizado empresas brasileiras como a Telebrás e a Vale.
Pessoas que defendem essa tese provavelmente estão chegando ao Brasil hoje, e por esse motivo não se lembram do custo de um telefone no país dez anos atrás, e nem da qualidade dos serviços. Só sabem dizer que a telefonia móvel no país atingiu a marca de 200 milhões de usuários, com mais que um aparelho por habitante. Não dizem, porém, que isso só foi possível, e só ocorreu, graças aos investimentos maciços realizados após a privatização dessas empresas de telefonia.
Não falam sobre o valor de mercado da empresa Vale do Rio Doce quinze anos atrás, e que quando a mesma era estatal, o governo não possuía recursos sequer para construir as ferrovias necessárias para o escoamento da sua produção, como também permitiu que acabassem toda a malha rodoviária e ferroviária além dos portos do país, que só estão melhorando onde foram privatizados.
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