Em agosto, vendas no varejo crescem 2,0%
Em agosto, o comércio varejista do país registrou crescimento de 2,0% no volume de vendas em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Já a receita nominal cresceu 1,6%. Com tais números, o setor completa quatro meses consecutivos de taxas positivas em volume de vendas e de oito meses em receita nominal. Os outros índices, sem ajuste sazonal, apresentaram crescimento no volume de vendas de 10,4% (sobre agosto de 2009), 11,3% no acumulado em 2010 e 10,1% nos últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal obteve crescimentos de 12,8%, 14,3% e de 13,1%, respectivamente.
Volume de vendas cresce nas 10 atividades pesquisadas
Na série com ajuste sazonal, todas as 10 atividades obtiveram variações positivas no volume de vendas: Livros, jornais, revistas e papelaria (3,5%); Móveis e eletrodomésticos (2,9%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,6%); Veículos e motos, partes e peças (2,4%); Material de construção (2,0%); Tecidos, vestuário e calçados (1,9%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,3%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,2%); Combustíveis e lubrificantes (1,2%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,4%).
O mesmo ocorreu na comparação com agosto de 2009: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (7,2%); Móveis e eletrodomésticos (16,7%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (11,7%); Tecidos, vestuário e calçados (12,8%); Combustíveis e lubrificantes (8,8%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (12,5%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (24,7%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (13,7%).
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi o setor responsável pela principal contribuição (34,1%) à taxa global do varejo. O resultado é fruto do aumento do poder de compra decorrente do crescimento da massa de rendimento real habitual dos ocupados (8,8% sobre agosto de 2009, dados da PME); além do menor ritmo de crescimento dos preços do setor (nos últimos 12 meses, 2,3% no Grupo Alimentação no Domicilio, abaixo da inflação global do IPCA: 4,5%). Os resultados acumulados da atividade em 2010 e nos últimos 12 meses foram respectivamente de 10,1% e 10,0%.
Móveis e eletrodomésticos proporcionou o segundo maior impacto (25,6%) na taxa global do varejo e retoma os patamares de crescimento pré-crise, mesmo após o término da política de renúncia fiscal (redução de IPI para a linha branca) e do eventual aumento de demanda devido à Copa do Mundo. Explicam os resultados a expansão do crédito e o crescimento da massa real de salários. No acumulado do ano, a atividade cresceu 18,9%, e nos últimos 12 meses 15,1%.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos etc., exerceu o terceiro maior impacto (10,0%) na formação da taxa. O desempenho da atividade também está relacionado com o movimento da massa real de salário e do crédito. Em termos acumulados, alta de 7,6% em 2010 e de 7,5% nos últimos 12 meses.
Tecidos, vestuário e calçados foi responsável pela quarta contribuição (8,7%) à taxa global do varejo. Nos acumulados, os resultados foram de 10,8% para os oito primeiros meses do ano e de 7,7% para os últimos 12 meses. A atividade mantém a trajetória de altas mesmo com os aumentos de preços no segmento: 6,1% de variação no grupo vestuário, contra os 4,5% no índice geral, nos acumulados dos últimos 12 meses, segundo o IPCA.
Combustíveis e lubrificantes exerceu a quinta contribuição (8,2%) na taxa global do varejo. A variação acumulada da atividade em 2010 chegou a 6,3%, e nos últimos 12 meses a 4,6%. O crescimento de preços abaixo da média (item Combustíveis com 2,0% contra 4,5% do índice geral, nos últimos 12 meses, segundo o IPCA), reflete os patamares mensais mais elevados de desempenho.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a sexta participação (7,4%) na taxa global do varejo, apresentou crescimento de 12,5% na comparação com agosto de 2009 e acumulados de 11,7% em 2010 e de 11,4% para os últimos 12 meses. Os comportamentos da massa de salários e do crédito, somadas à essencialidade dos produtos, são os principais fatores explicativos do desempenho.
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com a sétima contribuição (4,6%) na taxa global, obteve acréscimos acumulados de 24,8% no ano e de 18,0% nos últimos 12 meses. Determinam este desempenho, além dos aumentos da massa de rendimentos e do crédito, a importância crescente que os produtos de informática e comunicação vêm obtendo nos hábitos de consumo das famílias e a redução de seus preços1.
Livros, jornais, revistas e papelaria exerceu a oitava maior influência (1,3%) no resultado do varejo. O acumulado no ano ficou em 8,7% e o dos últimos 12 meses em 9,2%. Tais resultados decorrem da melhoria da renda e da diversificação de produtos.
Na comparação com julho, o Comércio Varejista ampliado apresentou altas de 2,1% para o volume de vendas e de 1,7% para a receita nominal, na série com ajuste sazonal. Já na comparação com agosto de 2009 (sem ajuste sazonal), as variações ficaram em 14,0% para o volume de vendas e 16,3% para a receita nominal. Nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, o setor apresentou variações de 12,2% e 12,3%, respectivamente para o volume de vendas. Já para a receita nominal, as variações ficaram em 14,8% e 14,0%, respectivamente.
O volume de vendas de Veículos, motos, partes e peças cresceu 19,3% em relação a agosto de 2009, acumulando no ano e nos últimos 12 meses variações de 13,1% e 16,8%, respectivamente. Ofertas, lançamento de novos modelos e crédito justificam esse resultado.
Quanto a Material de Construção, as variações foram de 19,9% na relação agosto10/agosto09, de 16,4% no acumulado do ano e de 10,1% nos últimos 12 meses. As medidas oficiais de incentivo à construção civil e o observado aumento de renda, explicam os resultados positivos no volume de vendas.
Resultados regionais
Das unidades da federação, 26 tiveram resultados positivos na comparação com agosto de 2009, com destaques para Tocantins (73,9%); Paraíba (31,3%); Roraima (30,1%); Rondônia (28,8%); e Acre (20,5%). Por outro lado, o único a apresentar variação negativa foi o Piauí (–0,5%). Quanto à participação na composição da taxa global, destaques para São Paulo (9,8%); Rio de Janeiro (9,6%); Minas Gerais (11,0%); Rio Grande do Sul (12,6%); e Paraná (7,8%).
Em relação ao varejo ampliado, os melhores desempenhos em volume de vendas foram de Tocantins (59,8%); Rondônia (35,0%); Roraima (33,7%); Paraíba (28,2%); e Mato Grosso (23,1%). Em termos de impacto no resultado do setor, destaques para São Paulo (13,5%); Minas Gerais (17,2%); Rio Grande do Sul (17,1%); Rio de Janeiro (8,7%) e Paraná (13,3%).
Ainda por UFs, os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas apontam 19 estados com variação positiva, na comparação com julho, sendo os destaques: Amazonas (5,6%); Rondônia (4,4%); Roraima (4,4%) e Paraíba (3,9%).
Nota:
1 Como exemplo, têm-se para microcomputadores e aparelhos telefônicos (fixo e celular) variações de preços no acumulado dos últimos 12 meses da ordem de –9,3% e -8,4%, respectivamente, segundo o IPCA.
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