Depois de divulgada a notícia veiculada pelo jornal eletrônico cubano Juventud Rebeld de que o PSUV está indo de casa em casa coagir as famílias a votarem nos candidatos de Hugo Chávez, e "desmentir" relatos de explosão de violência, apoio às FARc e desabastecimento naquele país, um tribunal venezuelano obrigou o diário El Nacional a o diário El Nacional a não publicar "imagens, informações e publicidade de qualquer tipo, com conteúdo de sangue, armas, imagens de terror, agressão física, imagens que usem conteúdos de guerra e mensagens sobre mortes e assassinatos que possam alterar o bem-estar psicológico das crianças e adolescentes". Coincidência ou sequência dos fatos?
Venezuela: conteúdo violento em jornal é proibido
'El Nacional' está ameaçado de multa caso publique outra foto como a de um necrotério de Caracas
Um tribunal venezuelano proibiu nesta quarta-feira, 17, um dos principais jornais do país de publicar informações e imagens com conteúdos de "sangue, armas, mensagens de terror, agressão e física" e o notificou que poderia ser punido com uma multa milionária por divulgar uma foto de cadáveres no necrotério de Caracas.
Um juiz da capital ordenou o diário El Nacional a não publicar "imagens, informações e publicidade de qualquer tipo, com conteúdo de sangue, armas, imagens de terror, agressão física, imagens que usem conteúdos de guerra e mensagens sobre mortes e assassinatos que possam alterar o bem-estar psicológico das crianças e adolescentes".
A medida foi tomada porque procuradores pediram uma "medida de proteção" como parte do processo que abriram contra o periódico, que publicou em sua primeira página na sexta passada uma foto com doze cadáveres de homens aglomerados em uma sala do necrotério de Caracas.
O El Nacional, forte crítico do governo do presidente Hugo Chávez, usou a imagem polêmica para ilustrar uma reportagem sobre o aumento da criminalidade na Venezuela.
Mesmo assim, o tribunal notificou o editor do jornal, Miguel Henrique Otero, que foi comunicado sobre a possibilidade de uma multa equivalente a 2% dos lucros brutos do periódico pela suposta violação da lei de proteção aos menores.
"Não há como voltar atrás. Não podemos deixar de informar. Esse é o nosso papel. Seria como se cedêssemos a uma coisa que é praticamente censura", disse Otero por telefone à AP.
O editor garantiu à agência que independentemente da decisão da Justiça, o El Nacional "continuará informando como sempre". "Que venham, coloquem um censor aqui e digam o que é e o que não é para ser publicado. Se houver uma guerra no Oriente Médio, não podemos publicar os mortos", contestou.
"Isso não tem nada a ver com proteção a crianças e adolescentes. Isso é uma ação política contra um jornal", defendeu o editor. "Porque o jornal colocou à mostra o tema da insegurança pessoal, gravíssimo na Venezuela, onde o governo é indolente, não faz nada".
O deputado governista Manuel Villalba, presidente da comissão de meios do Congresso, defendeu a medida, afirmando que a publicação de "cenas dantescas como morbidade" deve ser impedida.
O índice de criminalidade na Venezuela se torna cada vez mais alarmante. De acordo com cifras oficiais, ocorreram 12.257 homicídios nos primeiros onze meses de 2009, colocando a Venezuela entre os países mais violentos da América Latina. (Estadão)
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