Por
que isolar os índios? Sem os romanos, os anglo-saxões ainda
viveriam em palhoças...
Por Klauber Cristofen Pires
Certo dia meu querido pai elaborou uma
proposta para a solução dos problemas dos índios brasileiros:
presentear cada um deles com um apartamento ou uma casa de alto
padrão, e claro, mobiliada, inclusive com TV a cabo; uma caminhonete
cabine dupla, um plano de saúde privado e uma renda vitalícia de
dez mil reais, tudo isto para até a terceira geração!
Tudo isto para acabarmos de vez com o
estatuto que garante aos índios a tutela estatal e a
inimputabilidade penal, bem como as gigantescas reservas de que
dispõem, passando doravante a conviverem como os demais brasileiros
civilizados, sujeitos ao regime da propriedade privada comum.
O que você faria, nobre leitor? Como
cidadão brasileiro, você aceitaria arcar com tamanha despesa em
benefício das atuais populações indígenas? Pois olhe lá: eu
pensei, pensei e pensei, e acabei chegando à conclusão que tal
oferta até que me sairia barata!
Vamos às contas: quanto nos custa a
Funai? Quanto nos custa patrulhar e defender tamanho território
utilizado pelas reservas indígenas, sem que haja uma contrapartida
produtiva da parte dos índios? Quanto nos custa prover os índios
com verbas para saúde pública e educação pública sem impostos?
Quanto nos emperra o desenvolvimento as estradas sobre as quais eles
detêm autoridade para fechar e cobrar pedágios e os boicotes que
fazem a empreendimentos tais como a Usina de Belo Monte? Quanto nos
custa o uso precário e degenerativo que os indígenas fazem de suas
terras, e a evasão de divisas pelo contrabando de minerais e outros
recursos minerais com a cumplicidade de ong's estrangeiras?
Colocando tudo isto na ponta do lápis,
tenho que até temos uma boa barganha! Sim, sou a favor desta ideia!
No site da Agência Brasil de hoje, a
manchete de destaque informa que os índios
detêm os piores indicadores sociais da Amazônia. Resumo da
história: mesmo sendo o alvo da atenção do governo e de ong's, e
mesmo recebendo privilégios que jamais um brasileiro comum haveria
de sonhar, o modo de vida parasitário dos índios só lhes resulta
em miséria.
O conceito do índio selvagem e
desaculturado já deixou de existir, vigorando, se muito, em alguns
grotões de dificílimo acesso, e mesmo assim não se constituindo
senão de alguns poucos indivíduos. O índio comum gosta de remédio,
roupa, TV com antena parabólica e falando sério, adora uma cerveja
gelada.
Aquela imagem de índios nus pescando e
dançando juntos é propaganda da Natura. Sim, não vou dizer que não
existe, mas hoje em dia é muito mais como parte do show da própria
campanha em prol da manutenção deste mesmo estado de coisas.
Trata-se de um esforço de afirmação e de um marketing
publicitário-onguista.
Portanto, já está mais do que na hora
de o índio se integrar à sociedade, tratando de exercer uma
atividade produtiva à sociedade e que lhe dê bom sustento, ao invés
de ficar dependurado no estado como um carrapato.
Muito ao contrário do romanticismo
ideológico ambientalista, os índios não são os guardiões da
floresta coisa nenhuma. São, sim, seus piores algozes. A coivara –
a queimada que antecede a plantação da roça de mandioca – é uma
invenção indígena, e não raro, por falta de meios adequados de
controle, se transforma em uma calamidade que se alastra muito além
do previsto. Suas técnicas de plantio exaurem o solo; a caça não
tem condições de sustentar as populações, levando os animais à
extinção, e a pesca é feita amiúde com a aplicação de venenos e
com desrespeito aos períodos de acasalamento e desova.
Não entendo por que os índios devam ser
mantidos numa redoma. Todos os povos do mundo foram submetidos aos
confrontos civilizatórios, e ao final, restou sempre algo de melhor.
Será que os ingleses deveriam até hoje viver em cabanas de palha?
Ora, era assim que viviam anteriormente à chegada dos romanos. E os
portugueses? Não se tornaram os maiores navegadores do mundo, a
primeira nação globalizada do mundo? Sim, mas para tanto se valeram
de conhecimentos de matemática e de astronomia adquiridos dos
árabes. Por que então os índios brasileiros precisam ser mantidos
na idade da pedra polida?
A Igreja católica, quando não tinha
vergonha de sua missão, tirou milhares de almas das trevas da
pré-história, e fez de muitos índios bons artesãos, bons
artistas, bons agricultores e bons comerciantes e excelentes
soldados. Quantas vidas há de ter salvo do infanticídio! Quantas
vidas há de ter salvo das guerras tribais! Especialmente no norte do
Brasil, há descendentes puros de índios que vivem muito bem,
ocupando ofícios tais como o de médicos, juízes, funcionários
públicos de alto escalão e empresários bem-sucedidos. Atualmente,
graças aos esforços da Teologia da Libertação, a Igreja Católica
pretende devolvê-los ao Neolítico e intoxicar-lhes com a sua
pérfida doutrina de ódio à civilização.
Por fim, meu único temor é o que de a
oferta acima, caso efetivada, acabe ainda mais por prejudicá-los do
que por ajudá-los. Certo dia, um amigo ventilou a ideia de que toda
a pobreza da África poderia ser varrida pela simples transferência
de uma parte da riqueza dos países ricos. Pensei então comigo: aí
mesmo é que as guerras sem fim seriam deflagradas; aí mesmo é que
a fome grassaria! Aí mesmo é que toda sorte de doenças fustigariam
os sobreviventes. Aí mesmo é que se implantariam os tiranos mais
cruéis e genocidas. Seria a aniquilação total do povo africano...
Klauber, audacioso e claro teu texto!
ResponderExcluirE vou além. Presos a uma cosmovisão de medo, medo dos espíritos, medo de tudo o que os cerca e que, no entendimento de muitas dessas culturas, são espíritos que exigem uma troca, uma barganha, então, o que a atual antropologia faz é condená-los ao medo. Mas medo é exatamente o que impede alguém de ser filósofo!
Enfim, o que estão fazendo com eles (propositadamente) é impedindo o surgimento do indígena filósofo, aquele que questionará o medo intrínseco à própria cultura e também o medo imposto pela antropologia e pela TL: o medo da perda da cultura!
Tenho pensado assim!
Abraços sempre afetuosos.
Fábio.