Extraído do site Papéis Avulsos
Por Oleksandr Kramar
Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana) 05.10.2011
Tradução: Oksana Kowaltschuk - Foto formatação: Anatoli Oliynik - publicado originalmente no blog NOTÍCIAS DA UCRÂNIA
Sua futura cadência Vladimir Putin planeja dedicar à restauração do Estado "perdido devido a maior catástrofe geopolítica do século XX" e tentar estabelecer sua hegemonia no continente.
No publicado, em 03 de outubro deste ano, artigo no jornal "Izvestia" "Novo projeto de integração para Eurásia - futuro que nasce hoje", esta meta, supostamente, contradiz-se, dizendo "não estamos falando que de um ou outro modo devemos restaurar a URSS", no entanto, que o seu conteúdo é pensado no contexto da nostalgia amplamente conhecida de Putin por esta formação do Estado, não deixa dúvidas. [É o velho adágio comunista: O lobo perde o pelo, mas não perde o vício, em outras palavras: nós não estamos fazendo o que estamos fazendo. AO]
O motivo formal da publicação deste artigo é a previsão planejada da promulgação do acordo da EEE (Espaço Econômico Europeu), que inicialmente irá se basear em ações acordadas na política macroeconômica, garantia de regras comuns em relação aos negócios e concorrências, regulamentação técnica e subsídios agrícolas, transporte, tarifas de monopólios naturais, e mais tarde será difundido com um único visto e política de migração, que deve assegurar aos países a possibilidade de suprimir os controles nas fronteiras internas. É pouco provável que isso realmente tornar-se-á "um estímulo sério para as burocracias nacionais aperfeiçoarem as instituições do mercado, os procedimentos administrativos e melhorarem o clima de negócios e investimentos", como tenta convencer Putin. Afinal, ao contrário dos antigos países do campo socialista e as repúblicas bálticas da URSS, que foram capazes de trabalhar em condições de cultura empresarial que prevaleceu nos antigos membros da UE, todos os três membros da União Aduaneira continuam portadores de tradições muito diferentes. Mas abrir o caminho para a monopolização dos mercados com capital russo (especialmente no caso da Bielorrússia) e a migração dos escritórios centrais das empresas para Moscou - é completamente possível.
Delineando planos para seu futuro mandato, Putin indica que o desenvolvimento da UA (União Aduaneira) e do EEE colocam os alicerces à perspectiva da União Eurasiana contando com outros adeptos da integração com a Rússia - Quirguistão e Tajiquistão. Portanto, esta estrutura é um protótipo que no aspecto do efêmero foi criado ainda em 2000, possivelmente será preenchido com um conteúdo real. Concomitantemente Vladimir Vladimirovich defende ulterior reforço do papel dos organismos supranacionais dessas associações em que a Rússia tem a maioria absoluta de votos. Em particular, no âmbito de competências da Comissão da União Aduaneira, a qual conta com aproximadamente 40 posições, no EEE deverá ter mais de 100. E uma vez que "para resolver problemas tão complexos será possível, somente criando estrutura de pleno valor e em constante funcionamento".
Tecnologia pré-eleitoral?
Obviamente, que tecnologia e claramente articulada a idéia da restauração pode tornar-se motivo dominante da campanha eleitoral, dentro da propaganda imperialista, especialmente durante a última década. Para sociedade russa terá suficiente efeito para livrar Putin da responsabilidade em relação aos males sociais e econômicos. Principalmente, às promessas públicas a todo o país "1000 dólares de pagamento médio mensal" nas circunstâncias de deterioração da conjuntura econômica mundial, queda de preços dos produtos energéticos e desvalorização do rublo (moeda russa).
No entanto, é duvidoso se a questão se limitará com este fato, pois o partido do governo, que cada vez mais perde o apoio da sociedade, necessita uma meta ambiciosa e de longo prazo, que possa distrair a atenção da pouco atraente "estabilidade" de estagnação. Na "Rússia Unida" (Partido principal) já estão prevendo a possibilidade de deterioração dos resultados nas próximas eleições parlamentares. Concorda com isso até o representante do secretariado da presidência do Partido Andrei Isayev, o qual responde pela propaganda, mas fontes não oficiais do partido, informa a mídia russa, que o resultado será de 50% contra os 64% nas eleições anteriores.
Desagregando não se amplia
A existência de qualquer império com formação completamente artificial depende de expansão dinâmica. Em caso contrário começa o processo de decadência interna, que pode até ser congelada por algum tempo, mas não pode parar. A idéia de fortalecer o governo, superar as tendências centrífugas, características dos anos 1990, duplicar o PIB, etc, ao abrigo do que passaram os "doze anos de Putin", que se esgotaram por si próprios.
Precisa-se de uma nova idéia. E, para o papel sucedâneo substituto dos planos de "construção do comunismo no mundo todo" através da expansão gradual do bloco comunista pode muito bem convir a União Eurasiana. É possível, que exatamente sob a sua realização Vladimir Putin, como símbolo de nostalgia atrás da "forte e influente URSS", recebeu o mandato da corporação dominante russa, como muito mais apropriado que Dmitry Medvedev.
Plano máximo - transformar a estrutura integracional concentrada russa num elo de relacionamento alternativo ao globalismo americano de integração inter-regional: "Em nossa opinião, - escreve Putin, - a saída pode ser o desenvolvimento de aproximações comuns, que se denomina "de baixo". Primeiro, dentro das estruturas regionais, que se formaram - UE, NAFTA, APEC, ASEAN e outros, e depois - por meio de diálogo entre eles. É a partir de tais tijolinhos de integração pode acontecer um caráter mais sustentável de economia global.
Com um plano "mediano", avança a idéia com base na integração da UE, União Eurasiana e região Asiática-Oceano Pacífico, pelo menos China, com a meta de desalojar da policentralizada continental Eurásia a influência americana e o enfraquecimento das instituições transatlânticas.
Por esta razão, ainda em 25 de novembro de 2010 num artigo para o alemão Suddeutsche Zeitung Vladimir Putin propôs a UE retroceder à iniciativa apresentada ainda em 2003 do "Único espaço econômico de Lisboa a Vladivostok". No último artigo ao "Izvestia" ele explica, "o sistema economicamente lógico e equilibrado de parceria da União Eurasiana e UE é capaz de criar condições para alterar a configuração geopolítica e geoeconômica de todo o continente. E somente quando este espaço se tornar "harmonioso segundo sua natureza econômica, mas policentralizado do ponto de vista de mecanismos concretos e decisões administrativas", que Moscou poderá tocar o primeiro violino no desenvolvimento de uma posição comum, "será lógico iniciar diálogo quanto aos princípios de cooperação com os países ATR (Asiáticos e regiões do Oceano Pacífico), América do Norte , outras regiões.
Entre ilusão e realidade
No entanto, visto que realmente contar com o papel da integração supranacional, capaz de se tornar um dos polos do mundo moderno, a União Eurasiana objetivamente não conseguirá, então, um plano mínimo real. Será a efetiva cobertura para coleção de Moscou, de pelo menos parte do espaço pós-imperial.
Em primeiro lugar, o seu potencial humano e econômico mesmo em perspectiva, permanecerá abaixo dos principais centros do mundo - o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio - NAFTA, a União Européia - UE, ou mesmo China individual. Como pode ser visto na tabela abaixo, a menos que comparável com as associações locais como o sul-americano Mercosul ou outras organizações similares na América do Sul e África.
1° gráfico
Legenda:
azul - Quantidade de moradoreS
vermelho - PIB (bilhões USD) 2010
verde - PIB (bilhões USD) por habitante
Da esquerda para a direita: América do Norte - zona de livre comércio - Alfândega da UE - Mercosul (América do Sul) - União Alfandegária da EEE.
verde - PIB (bilhões USD) por habitante
Da esquerda para a direita: América do Norte - zona de livre comércio - Alfândega da UE - Mercosul (América do Sul) - União Alfandegária da EEE.
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