2 milhões que recebem Bolsa-Família não vão à escola - e governo não corta o benefício.
Por Klauber Cristofen Pires
Uma notícia veiculada pela Agência Band
(tomei-a
do Diário do Pará) alerta para a alta taxa de evasão escolar,
anunciando que cerca de dois milhões de jovens contemplados pelo
Bolsa-Família estão fora das escolas.
Vejamos bem: o requisito para a inclusão
no benefício é o de que os jovens estejam matriculados e cursando o
ensino regular em escolas públicas. Entretanto, segundo
o que levantou a jornalista Mônica Bergamo, que foi a responsável
pela matéria, “em
vez de cortar o benefício de R$ 32 por criança e R$ 38 por
adolescente, o governo quer conscientizar as famílias e tentar
realocar os jovens na escola”.
Como ponto de partida, manifesto minha
total oposição ao pagamento do benefício Bolsa-Família. Esta
praga está destruindo nas almas dos brasileiros mais humildes o
espírito de iniciativa, tornando-os cada vez mais dependentes de
comer na mão do estado.
Ademais,
como muito bem fundamentado por Bernardo Santoro, em seu artigo
intitulado “A
Mão Estatal Invisível que Tira e a Visível que Dá: Expondo a
Fraude do Bolsa-Família.”, quem acaba pagando o Bolsa-Família
– e com prejuízo – são os próprios pobres. E isto sem falar
que os benefícios estatais roubam empregos produtivos e salários
mais dignos que poderiam ser oferecidos pela iniciativa privada!
Nossa colaboradora do
lar, solicitada várias vezes a encontrar pessoas de sua vizinhança
para trabalhar no lar como domésticas, diaristas, lavadeiras ou
acompanhantes, nos tem respondido que ninguém aceita trabalho, vez
que estão vivendo muito bem com a merreca estatal.
Certa vez, vi-me forçado a demitir uma
acompanhante de uma nossa parente idosa, porque mesmo depois de
seguidas admoestações e um longo tempo de tolerância para que
apresentasse sua carteira de trabalho, ela se negava a entregá-la,
sempre me enrolando, a prometer que a traria na semana seguinte.
As queixas que tenho experimentado no
plano pessoal têm sido compartilhadas por amigos empresários, tanto
do setor urbano quanto do rural, estando a situação mais grave
neste último. Para piorar a situação, já foram constatados vários
casos de informações inverídicas prestadas com a finalidade de
engordar o benefício, de controle partidário do mesmo e até mesmo
do uso da verba para a compra de bebidas alcoólicas e até mesmo de
drogas.
Tome-se, no entanto, um juízo a partir
da realidade da existência do Bolsa-Família: ora, se a frequência
escolar é condição para o pagamento do emolumento, então a evasão
deve resultar em sua suspensão ou extinção. Portanto, incorre o
governo em ato flagrante de prevaricação ao mudar ex post facto
a sua conduta, que além de obviamente contraproducente em relação
aos atuais cabuladores, converte-se em um poderoso estímulo de sinal
contrário para que mais jovens se vejam desobrigados a comparecer às
aulas.
Do estrito ponto de vista da gestão da
política pública, não somente deveria haver a obrigatoriedade da
frequência escolar, mas também do seu bom aproveitamento, tal como
há nas escolas militares, onde a segunda repetência gera a exclusão
definitiva do aluno (bem como previa também a indenização ao
estado, que tem sido tornada sem efeito por conta de sucessivas – e
ao meu ver equivocadas – decisões judiciais).
Da proveitosa reportagem da jornalista
Mônica Bergamo emerge a certeza do caráter eleitoreiro do
Bolsa-Família e de sua utilidade em fazer de homens e mulheres
dóceis ovelhas para uso pela tirania estatal.
Obviamente, nenhuma solução pode ser
capaz de forçar alguém a presenciar as aulas e a tomar proveito
delas.
Em primeiro lugar, porque o sistema de
ensino é maçante, tedioso e burocrático. Eu tenho por uma
verdadeira tortura forçar uma criança criativa e cheia de energia a
ficar sentada e prestar atenção a um quadro e a um professor
desmotivado durante quatro horas! Além disso, o ensino brasileiro
não está minimamente interessado em prover algum conhecimento à
criança que possa ser proveitoso para o seu futuro. O que ele quer é
doutriná-la ideologicamente para fazer dela um agente de
transformação social em prol do próprio estado e do agigantamento
de seus poderes. E isto é bastante percebido, mesmo que
intuitivamente.
Dentro de uma sociedade onde o estado
consome 40% de todos os recursos do setor produtivo e estigmatiza a
atividade empresarial como repudiável, senão como criminosa, mesmo
os salários dos profissionais de nível superior são
vergonhosamente baixos, o que desestimula a ambição dos estudantes,
que se voltam, quando muito, para o concurso público. Daí a
proliferação assustadora de cursos de Direito, que ninguém sabe
explicar ou que faz que não sabe.
A única coisa capaz de fazer uma criança
ou um adolescente empenhar-se em aprender é algo que absolutamente
inexiste nas instituições de ensino: visão de futuro e ambição.
As crianças precisam receber conhecimentos com os quais se
identifiquem e dos quais percebam utilidade em suas vidas, bem como
precisam ser estimuladas a conhecer as aplicações das ciências
puras nas diversas atividades e sobretudo, conviver com pessoas
diferentes, principalmente os profissionais das áreas que elas
pretendem seguir.
Até que enfim uma notícia boa.
ResponderExcluirQuem sabe assim diminua um pouco a criminalidade.
O Estado está sendo entronizado.A maioria das pessoas pensam que por tê-los enchido de direitos eles irão brotar do céu.
Não é raro ver gente clamando por soluções estatais de seus problemas,como se clamassem à Deus.
A maioria quer sua boquinha e nada mais.Preferem pagar para obter um atestado do que ter que trabalhar.
Esse país só está de pé ainda por milagre divino,pois nenhuma das estratégias de revolução estão dando certo.
É só reparar que há uma ação desde cima para que aconteça,mas o povo está tão passivo e anestesiado que não tem interesse nessas coisas.Basta olhar os noticiários e veremos que à vários meses o assunto central dos telejornais e programas de todas as denominações é a corrupção.Sempre é claro lembrando das redes sociais e dando suma importância para as manifestações,menos as religiosas é claro.
Roubaram a bandeira de feriados importantes como a da padroeira do país,e fazendo o paralelo lógico alguns blogueiros e formadores de opinião explicitaram com indignação o fato de no dia da padroeira haver milhões de pessoas cumprindo o papel religioso e 5 gatos pingados lutando contra uma atitude genérica,inerente ao ser humano desprovido de ética que é a corrupção.
Como se a "corrupção" fosse algo material manejável,e não um esquema de pessoas que dissimulam estar criando o mundo melhor que eles mesmos estão ajudando a construir.