quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Bolsa-Família: evasão escolar aumenta e Governo incentiva


2 milhões que recebem Bolsa-Família não vão à escola - e governo  não corta o benefício.  

Por Klauber Cristofen Pires



Uma notícia veiculada pela Agência Band (tomei-a do Diário do Pará) alerta para a alta taxa de evasão escolar, anunciando que cerca de dois milhões de jovens contemplados pelo Bolsa-Família estão fora das escolas.
Vejamos bem: o requisito para a inclusão no benefício é o de que os jovens estejam matriculados e cursando o ensino regular em escolas públicas. Entretanto, segundo o que levantou a jornalista Mônica Bergamo, que foi a responsável pela matéria, “em vez de cortar o benefício de R$ 32 por criança e R$ 38 por adolescente, o governo quer conscientizar as famílias e tentar realocar os jovens na escola”.
Como ponto de partida, manifesto minha total oposição ao pagamento do benefício Bolsa-Família. Esta praga está destruindo nas almas dos brasileiros mais humildes o espírito de iniciativa, tornando-os cada vez mais dependentes de comer na mão do estado.
Ademais, como muito bem fundamentado por Bernardo Santoro, em seu artigo intitulado “A Mão Estatal Invisível que Tira e a Visível que Dá: Expondo a Fraude do Bolsa-Família.”, quem acaba pagando o Bolsa-Família – e com prejuízo – são os próprios pobres. E isto sem falar que os benefícios estatais roubam empregos produtivos e salários mais dignos que poderiam ser oferecidos pela iniciativa privada!
Nossa colaboradora do lar, solicitada várias vezes a encontrar pessoas de sua vizinhança para trabalhar no lar como domésticas, diaristas, lavadeiras ou acompanhantes, nos tem respondido que ninguém aceita trabalho, vez que estão vivendo muito bem com a merreca estatal.
Certa vez, vi-me forçado a demitir uma acompanhante de uma nossa parente idosa, porque mesmo depois de seguidas admoestações e um longo tempo de tolerância para que apresentasse sua carteira de trabalho, ela se negava a entregá-la, sempre me enrolando, a prometer que a traria na semana seguinte.
As queixas que tenho experimentado no plano pessoal têm sido compartilhadas por amigos empresários, tanto do setor urbano quanto do rural, estando a situação mais grave neste último. Para piorar a situação, já foram constatados vários casos de informações inverídicas prestadas com a finalidade de engordar o benefício, de controle partidário do mesmo e até mesmo do uso da verba para a compra de bebidas alcoólicas e até mesmo de drogas.
Tome-se, no entanto, um juízo a partir da realidade da existência do Bolsa-Família: ora, se a frequência escolar é condição para o pagamento do emolumento, então a evasão deve resultar em sua suspensão ou extinção. Portanto, incorre o governo em ato flagrante de prevaricação ao mudar ex post facto a sua conduta, que além de obviamente contraproducente em relação aos atuais cabuladores, converte-se em um poderoso estímulo de sinal contrário para que mais jovens se vejam desobrigados a comparecer às aulas.
Do estrito ponto de vista da gestão da política pública, não somente deveria haver a obrigatoriedade da frequência escolar, mas também do seu bom aproveitamento, tal como há nas escolas militares, onde a segunda repetência gera a exclusão definitiva do aluno (bem como previa também a indenização ao estado, que tem sido tornada sem efeito por conta de sucessivas – e ao meu ver equivocadas – decisões judiciais).
Da proveitosa reportagem da jornalista Mônica Bergamo emerge a certeza do caráter eleitoreiro do Bolsa-Família e de sua utilidade em fazer de homens e mulheres dóceis ovelhas para uso pela tirania estatal.
Obviamente, nenhuma solução pode ser capaz de forçar alguém a presenciar as aulas e a tomar proveito delas.
Em primeiro lugar, porque o sistema de ensino é maçante, tedioso e burocrático. Eu tenho por uma verdadeira tortura forçar uma criança criativa e cheia de energia a ficar sentada e prestar atenção a um quadro e a um professor desmotivado durante quatro horas! Além disso, o ensino brasileiro não está minimamente interessado em prover algum conhecimento à criança que possa ser proveitoso para o seu futuro. O que ele quer é doutriná-la ideologicamente para fazer dela um agente de transformação social em prol do próprio estado e do agigantamento de seus poderes. E isto é bastante percebido, mesmo que intuitivamente.
Dentro de uma sociedade onde o estado consome 40% de todos os recursos do setor produtivo e estigmatiza a atividade empresarial como repudiável, senão como criminosa, mesmo os salários dos profissionais de nível superior são vergonhosamente baixos, o que desestimula a ambição dos estudantes, que se voltam, quando muito, para o concurso público. Daí a proliferação assustadora de cursos de Direito, que ninguém sabe explicar ou que faz que não sabe.
A única coisa capaz de fazer uma criança ou um adolescente empenhar-se em aprender é algo que absolutamente inexiste nas instituições de ensino: visão de futuro e ambição. As crianças precisam receber conhecimentos com os quais se identifiquem e dos quais percebam utilidade em suas vidas, bem como precisam ser estimuladas a conhecer as aplicações das ciências puras nas diversas atividades e sobretudo, conviver com pessoas diferentes, principalmente os profissionais das áreas que elas pretendem seguir. 

Um comentário:

  1. Até que enfim uma notícia boa.
    Quem sabe assim diminua um pouco a criminalidade.
    O Estado está sendo entronizado.A maioria das pessoas pensam que por tê-los enchido de direitos eles irão brotar do céu.
    Não é raro ver gente clamando por soluções estatais de seus problemas,como se clamassem à Deus.
    A maioria quer sua boquinha e nada mais.Preferem pagar para obter um atestado do que ter que trabalhar.
    Esse país só está de pé ainda por milagre divino,pois nenhuma das estratégias de revolução estão dando certo.
    É só reparar que há uma ação desde cima para que aconteça,mas o povo está tão passivo e anestesiado que não tem interesse nessas coisas.Basta olhar os noticiários e veremos que à vários meses o assunto central dos telejornais e programas de todas as denominações é a corrupção.Sempre é claro lembrando das redes sociais e dando suma importância para as manifestações,menos as religiosas é claro.
    Roubaram a bandeira de feriados importantes como a da padroeira do país,e fazendo o paralelo lógico alguns blogueiros e formadores de opinião explicitaram com indignação o fato de no dia da padroeira haver milhões de pessoas cumprindo o papel religioso e 5 gatos pingados lutando contra uma atitude genérica,inerente ao ser humano desprovido de ética que é a corrupção.
    Como se a "corrupção" fosse algo material manejável,e não um esquema de pessoas que dissimulam estar criando o mundo melhor que eles mesmos estão ajudando a construir.

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