Vendas no varejo aumentam 0,6% em setembro
Por Ricardo Bergamini
Em setembro, o comércio varejista apresentou variação de 0,6% para o volume de vendas, revertendo o quadro negativo do mês anterior (-0,4%), e de 1,1% para a receita nominal na comparação com agosto (18º mês consecutivo de crescimento neste tipo de comparação), descontadas as influências sazonais. Nas demais comparações (série sem ajuste sazonal), o varejo registrou taxas de variação para o volume de vendas de 5,3% sobre setembro do ano anterior; 7,0% no acumulado em 2011 sobre igual período de 2010; e de 7,7% no acumulado dos últimos 12 meses. A receita nominal apresentou acréscimos de 11,1%, de 12,1% e de 12,8%, respectivamente.
Entre as atividades, sete têm variação positiva
Na série com ajuste sazonal, constata-se crescimento, no mês de setembro, em sete das dez atividades: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, (2,2%); veículos, motos, partes e peças (1,7%); tecidos, vestuário e calçados (1,6%); móveis e eletrodomésticos (1,6%); material de construção (0,8%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%); e outros artigos de uso pessoal e domésticos (0,1%). Os resultados negativos ocorreram em equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,0%); livros, jornais, revistas e papelaria (-2,5%); e em combustíveis e lubrificantes (-1,1%).
Na comparação setembro de 2011/setembro de 2010, dois segmentos apresentaram redução: combustíveis e lubrificantes (-1,2%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,1%). Ordenadas pela magnitude das taxas de desempenho, as demais atividades apresentaram as seguintes variações: 16,5% em móveis e eletrodomésticos; 10,6% para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; 7,7% em equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; 6,5% para material de construção; 3,6% emveículos e motos, partes e peças; 3,5% em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 0,6% em tecidos, vestuário e calçados; e 0,6% para livros, jornais, revistas e papelaria.
Móveis e eletrodomésticos, com crescimento de 16,5% no volume de vendas em relação a setembro de 2010, foi a principal responsável pelo desempenho positivo do comércio varejista e do comércio varejista ampliado, com participações de 53,3% e 34,7% na formação das respectivas taxas. Em termos acumulados, o segmento assinala expansão de 17,9% para os nove primeiros meses do ano, sobre igual período de 2010, e para os últimos 12 meses. Este resultado, não só positivo como superior à média estabelecida no setor, é atribuído à manutenção do crédito em patamar elevado; à redução de preços dos eletroeletrônicos, e à trajetória positiva da massa de rendimentos da população ocupada.
O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, mesmo com resultado abaixo da média (3,5% na comparação de setembro com igual mês do ano anterior), foi responsável por 32% e 21% das taxas do varejo e do varejo ampliado, respectivamente. Em termos acumulados, a atividade cresceu 3,9% nos nove primeiros meses do ano e de 4,5% nos últimos 12 meses. Este desempenho se deve, entre outros fatores, ao crescimento da massa de rendimentos e aos programas de transferência de renda. Atribui-se à inflação dos alimentos (9,0% em 12 meses) o estabelecimento de uma taxa acumulada para o segmento de pouco mais da metade da obtida pelo varejo.
A atividade de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com expansão de 10,6% sobre setembro de 2010, foi a terceira maior participação na taxa global do varejo (12%), e a quarta no varejo ampliado (8%). Nos acumulados dos primeiros nove meses do ano e dos últimos 12 meses, as variações do volume de vendas alcançaram 10,5% e 10,9%, respectivamente. Crédito, renda, aumento no consumo de medicamentos de uso contínuo e diversificação na linha de produtos ofertados são os principais fatores que vêm mantendo a atividade com taxas acima da média geral nos últimos quatro anos.
Varejo ampliado cresceu 0,9%
Quanto ao comércio varejista ampliado, o crescimento de 0,9% no volume de vendas sobre o mês anterior, com ajuste, interrompe a seqüência de dois meses de taxas negativas, enquanto a receita nominal, com acréscimo de 1,3% em relação a agosto, recupera-se da queda do mês anterior. O volume de vendas do varejo ampliado assinalou taxas de 4,8% sobre setembro do ano passado; de 8,0% no acumulado janeiro-setembro; e de 9,6% no acumulado de 12 meses. A receita nominal, por sua vez, apresentou nas mesmas comparações taxas de 8,1%; 11,0%; e 12,6%, respectivamente.
No varejo ampliado, verifica-se também crescimento em 22 dos 27 estados, com as maiores taxas de desempenho no volume de vendas ocorrendo em Tocantins (11,0%), Ceará (11,0%); Rondônia (8,6%); Paraíba (8,4%); e Santa Catarina (7,5%). No entanto, em termos de impacto no resultado global do setor, os destaques foram São Paulo (4,4%); Minas Gerais (6,5%); Paraná (7,4%); Rio de Janeiro (4,7%); e Santa Catarina (7,5%).
Na comparação com setembro de 2010, 22 das 27 UFs tiveram resultados positivos
Na comparação setembro de 2011 / setembro 2010, 22 estados registraram crescimento no volume de vendas, três variaram negativamente, e dois tiveram taxa nula. Os destaques foram Tocantins (14,6%); Ceará (9,7%); Paraíba (7,8%); Minas Gerais (7,4%) e Rondônia (7,3%). As quedas ocorreram no Amazonas (-1,4%); Sergipe (-1,2%); e Amapá (-0,2%). Quanto à participação na composição da taxa, os destaques foram São Paulo (5,0%); Minas Gerais (7,4%); Rio de Janeiro (5,2%); Paraná (7,3%); e Rio Grande do Sul (4,5%). Considerando os resultados sobre o mês anterior com ajuste sazonal, observa-se redução no volume de vendas em 15 estados e expansão em 12. As maiores taxas negativas ocorreram no Amazonas (-2,5%); Acre (-2,0%); Tocantins (-1,6%); e Mato Grosso (-1,5%). Cresceram com as maiores variações os estados do Ceará (2,8%); Roraima (2,7%); Paraíba (1,7%); e Maranhão (1,3%).
Comércio varejista desacelera do segundo para o terceiro trimestre
Do segundo para o terceiro trimestre, houve desaceleração no ritmo de crescimento do volume de vendas do varejo, com retração da taxa de 7,8% para 6,2%. Quanto ao Comércio varejista ampliado, o patamar de crescimento passou de 11,4% para 5,8%. O declínio nas taxas de crescimento do comércio varejista no terceiro trimestre atingiu nove das dez atividades pesquisadas. A maior redução ocorreu em veículos e motos, partes e peças (de 18,0% para 4,9%), seguindo portecidos, vestuário e calçados (de 6,3% para 1,0%); material de construção (de 11,7% para 6,5%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (de 6,0% para 1,5%);equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (de 20,3% para 16,4%); livros, jornais, revistas e papelaria (de 7,6% para 4,2%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (de 11,8% para 10,2%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo(de 5,1% para 4,0%); e móveis e eletrodomésticos (de 18,7% para 18,1%). O único aumento ocorreu em combustíveis e lubrificantes, de 0,1% para 0,4%.
Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
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