Lula
deve tratar-se no SUS por uma questão de coerência ideológica, ou
é um hipócrita.
Por Klauber Cristofen Pires
Há uns meses atrás, circulou pela rede
um abaixo-assinado virtual com a intenção de peticionar uma
proposta de lei que obrigasse os políticos a matricular seus filhos
na rede pública de ensino. Segundo os idealizadores do projeto, tal
medida resultaria na forçosa melhoria da qualidade do ensino
público.
Ainda que a iniciativa tenha se imbuído
de bons propósitos e tenha de fato conquistado a simpatia de uma
significativa parcela da comunidade liberal-conservadora, manifestei
minha oposição a ela, conjuntamente com o que penso ter sido a
maioria.
Destaco que a minha posição foi
coerente (por favor, guarde esta palavra) com os princípios de
defesa das liberdades individuais que tenho defendido publicamente
desde há vários anos.
Além disso, nem todos os políticos
mereceriam tal imposição; deveríamos isentar os de direita, e
dentre estes especialmente os que defendem a primazia da iniciativa
privada, mesmo no campo da educação (concordo plenamente que uma
figura assim possa nem sequer existir, mas teríamos de deixar seu
prato no forno para quando chegar, não é?). Todavia, se assim
agíssemos, estaríamos entrando em contradição com outro valor que
defendemos, qual seja, o de repudiar veementemente as leis casuístas
e particularistas tão típicas do positivismo socializante.
Vale relembrar também que a consequência
mais abrangente de tal proposta seria a de que estaríamos fazendo
nada mais que chancelar mais um avanço rumo à completa estatização
do nosso país. Ao fim e ao cabo, isto é, considerada só por
hipótese a remota possibilidade de tal lei vir a lume, e se conheço
razoavelmente bem como se dão as coisas, o limão seria transformado
em limonada, desde quando começassem a ser inauguradas escolas
públicas especialmente criadas para receber as proles da classe
política, essas sim modelos de qualidade no ensino, dotadas de todos
os melhores recursos didáticos, logísticos e docentes.
Entretanto, se não nos parece apropriado
que uma lei seja baixada com tal desiderato, uma cobrança política
faz-se absolutamente adequada, e digo mais: necessária!
Até o momento da primeira diplomação
do Sr Luís Inácio da Silva como presidente, o vocábulo “coerência”
era repetido pelas bocas dos papagaios petistas além do limite do
suportável. Em qualquer corredor de repartição pública, em
qualquer ônibus ou em qualquer barzinho, se alguém escutasse de uma
conversa alheia aquela palavrinha danada, podia apostar: era uma
reunião de petistas!
“Coerência” foi um conceito elevado
ao status de um supremo valor moral por conta do iddiotismum
marxistae, um terrível fungo que ataca o cérebro de pessoas não
vacinadas, transformando-as em zumbis. Se uma pessoa de juízo for
perguntada sobre o que ela entende do termo, ela dirá que se trata
simplesmente da constatação de conformação de um ato em relação
ao pensamento da pessoa que o produziu, ou de uma sequência de atos
num mesmo sentido. Um bandido age de forma coerente quando assalta um
transeunte na via pública, mas nem por isto vamos ousar admitir que
sua atitude seja moralmente válida. Outras babaquices também
viraram moda, até terem sido ridicularizadas pelo filósofo Olavo de
Carvalho ou por outros articulistas que com ele passaram a
compartilhar o encargo: quem se lembra da onda da “consciência
crítica”? Aff...
Pois bem, desde o conhecimento público
da doença que acomete o Sr Lula, diversos amigos blogueiros têm se
dividido entre os que defendem a obrigação do ex-presidente
(percebam como se faz necessário este qualificativo) de se submeter
ao Sistema Único de Saúde – SUS, e aqueles que ao contrário, o
desoneram, dentre os quais o respeitável jornalista Reinaldo
Azevedo.
O que percebo do segundo grupo é
justamente esta confusão que advém da desconsideração do fator
“coerência”, prendendo-se ao pálido argumento de que nenhum
político sozinho é o único responsável pelo caos que vemos na
área da saúde pública.
Vamos agora cobrar a coerência dos
(ex-)fanáticos por coerência: ora, no que tange ao dever moral, é
inescapável que um político que defenda a plena estatização do
sistema de saúde, em consonância com a ideologia do seu partido,
tenha a mais concreta obrigação de utilizar-se dos seus serviços.
Se ele não faz isto, é porque ele próprio não acredita no que
propõe ao povo brasileiro. Se ele não faz isto, é porque ele faz
da coletivização forçada da sociedade um instrumento de poder para
si próprio.
Levemos em conta que Lula, o PT e todos
os partidos de esquerda não somente propõe a estatização do
sistema de saúde, mas também têm agido ativamente no sentido de
interpor toda sorte de empecilhos ao bom funcionamento da iniciativa
privada, tendo exercido fortíssima intervenção nos planos de
saúde.
Lembremos também, a despeito de tantas
quantas pessoas humildes que sofrem à espera de atendimento, ou das
almas que se alçaram ao infinito sem tê-lo recebido, que um
boquirroto Lula já chegou a classificar o nosso sistema público de
saúde como que “beirando a perfeição”.
Portanto, meus amigos, Lula tem sim a
obrigação moral, política, ideológica e por que não dizer,
“coerente” de internar-se pelo SUS. Considerando que antes de
virar presidente morava de favor em casa de um amigo do partido e que
hoje seu patrimônio pessoal miraculosamente galgou a casa das
dezenas de milhões, este hipócrita ocupa um leito do melhor e mais
caro hospital do país.
Finalizo este meu artigo ressaltando que
não desejo o mal ao Sr Luís Inácio Lula da Silva. Como ser humano
que é, hei de rogar a Deus – mesmo convicto que ele próprio seja
um ateu, como comunista que é – pelo seu bom restabelecimento.
Mas prestem atenção: eu disse “hei”
porque tenho uma escala de prioridades na minha lista de orações
que independe da posição dos homens na terra: vou ligar a tv todos
os dias, especialmente para acessar aqueles programas do tipo “barra
pesada”, só para verificar se não há nenhum cristão cujo
atendimento tenha sido negado em algum posto de saúde ou hospital
público. No dia em que nada aparecer, será a vez dele.
UM DEMAGOGO NÃO CUMPRIDOR DA PALAVRA!!!
ResponderExcluirLula, você disse (Prometeu) que gostaria de ficar doente para se tratar no SUS .
E ai demagogo, vai cumprir sua palavra, ou foi mais uma de suas bravatas barata, demagogas e Hipócritas?
Gente, Vamos fazer campanha nas redes sociais para exigir de Lula que cumpra a palavra e vá se tratar no SUS .