Controle do consumo: eis a ênfase do
programa leal ao projeto de governo socialista mundial, mas que não
resiste aos seus próprios argumentos contraditórios.
Por Klauber Cristofen Pires
De forma absolutamente previsível, tal
como vaticinei no artigo “Neomalthusianismo:
o novo bicho-papão do Fantástico”, os
episódios do quadro Planeta Terra – lotação esgotada, exibidos
no programa Fantástico, da Rede Globo, levados ao ar nos dias 20 e
27 de maio, confirmam as sinistroses alarmistas exageradas para muito
além do absurdo, tropeçam em flagrantes contradições, e pior do
que isto, lança a campanha socialista-neomalthusianista global de
contenção do consumo.
Vocês já viram algum
ambientalista andar a pé, de ônibus ou de bicicleta? Vocês já
viram algum ambientalista viver do reaproveitamento de cascas e
sementes? Alguém conhece algum ambientalista que renuncie ao banho e
ao papel higiênico? Ao celular? Ao computador e à internet?
Claro está que não! Os
novos comissários da União da Repúblicas Ecológicas Unidas vivem
muito bem, quase todos eles bem pagos por governos e ong's
internacionais; desfilam em beberronas Land Rovers, adoram paparicar
o que há de mais moderno em tecnologia, consomem mais do que
qualquer patricinha americana de Beverly Hills, e ora, ora, tomam
banho e adoram uma picanha sangrando no espeto das melhores
churrascarias.
Oportunamente, já em junho
de 2009 escrevi um texto bastante esclarecedor: “Formando
o cidadão socialista”, no qual formulo a seguinte pergunta,
seguida de sua óbvia resposta:
Quer
saber por que a mídia e as ONG’s tanto querem te fazer economizar
água, luz, parar de fumar, parar de comer carne vermelha, guardar
sementes e cascas, selecionar o lixo, abandonar a sua arma e deixar o
carro em casa?
É
simples. Esta é a agenda que visa preparar o cidadão para a
sociedade socialista que virá! E por quê afirmo isto? Porque, em
uma sociedade socialista, se há dez cabeças e nove chapéus, a
opção do estado é a mais óbvia: cortar uma cabeça!
Meus caros leitores: não
considerem absurda a minha afirmação de que se urde uma grande
campanha de contenção do consumo, inclusive o de alimentos. Olhem
para si mesmos, para constatar o quanto os alimentos têm
vertiginosamente subido de preço nos últimos anos!
Quando eu era criança, ir a
uma churrascaria era um programa banal de fim de semana. Hoje, se uma
família com apenas dois filhos for a um destes estabelecimentos, não
raro sairá de lá com duzentos ou trezentos reais a menos no bolso,
o que para os padrões da classe média brasileira, faz uma falta
danada!
Em conversas com amigos que
trabalham no ramo dos restaurantes, todos eles têm confirmado que
têm necessitado reformar continuamente os cardápios ou os
ingredientes, de modo a se ajustarem à incessante subida dos custos
dos gêneros alimentícios.
Mas, voltemos à análise do
quadro da emissora global. No episódio do dia 20 de maio assim
alega-se sobre o consumo:
Mas,
afinal, quantas pessoas a Terra pode suportar? Existem várias
respostas para essa pergunta. Tudo depende do padrão de vida. Se
formos todos viver igual às pessoas da Índia, não teria problema.
Poderíamos chegar a 15 bilhões de habitantes.
Por
outro lado, se todos vivêssemos como os americanos, já estaríamos
encrencados. É que, com o padrão de vida dos Estados Unidos, a
Terra só suportaria 1,5 bilhão de habitantes. Já teríamos 5,5
bilhões sobrando no planeta. O problema é que o padrão de vida
americano é a aspiração de muitos povos ao redor do planeta.
Então, Sra. Sônia Bridi: quer me dizer
que não teria problema caso dobrássemos a população sob os
padrões de vida dos indianos, mas estaríamos encrencados se
vivêssemos como os americanos? Então o modelo é o que a
miseravelmente disfuncional Índia tem de pior a ensinar ao mundo?
Quanta estultice!
Os americanos vivem bem porque produzem
muito mais do que os indianos, e isto porque – ainda – fazem uso
do muito mais eficiente sistema capitalista. Não é que os
americanos sejam consumistas – eles são é “produtivistas”.
Oportunamente, sobre este conceito, sugiro ler outro artigo de minha
autoria: “Sociedade
consumista, não! Produtivista!”
Ainda no mesmo dia, a reportagem
falsificou a história para se encaixar no que seria conveniente aos
propósitos da matéria:
Em
meio aos jardins da Ruanda de hoje, é difícil acreditar que há
apenas 18 anos esse país foi palco do massacre de quase um milhão
de pessoas. Em Kigali, o Museu do Genocídio tem covas coletivas de
vítimas. Testemunha da brutalidade que começou com o pretexto de
diferenças étnicas, mas que era, principalmente, a disputa por
terra e recursos. (grifos meus)
A verdade é que o genocídio de Ruanda
teve, sim, motivo racista. O país foi colonizado por belgas e depois
por alemães, e ambos introduziram na população conceitos e
políticas racialistas, os primeiros de ordem darwinista-contista, e
os segundos trouxeram a infame doutrina nazista. Quem quiser ter uma
noção mais clara do que aconteceu naquele país, sugiro ler o
emocionante livro “Sobrevivi
para Contar - o poder da fé me salvou de um massacre” de
Imaculée Ilibagiza.
Ao
passarmos ao segundo episódio da série, este começa
apresentando a difícil vida dos indianos que vivem na região dos
Sundarbans, um arquipélago fluvial-costeiro situado no nordeste da
Índia, onde os cidadãos gastam a maior parte do tempo de suas vidas
construindo diques com argila carregada em paneiros sobre a cabeça,
para poder plantar sem que a água salobra invada as terras
cultivadas.
Em várias regiões do mundo há
problemas ligados às características locais. Se os israelenses se
pusessem a enfrentar as agruras do deserto tal como os indianos lidam
com seu muito mais rico bioma, não seriam um grande produtor de
alimentos – sobretudo frutas - a ponto de as exportarem para
vários países. Foi o sistema de livre iniciativa e a aplicação de
modernas tecnologias o que os livrou de tão funesta vidinha.
Na verdade, o programa é tão tonto que
aponta logo em seguida os Estados Unidos como outra região
problemática – onde o vilão agora é a obesidade! Percebam a
malícia e ao mesmo tempo a atrapalhada sonsice! Senão, vejamos: se
a reportagem se destina a demonstrar o problema do excesso de lotação
do planeta e a consequente falta de comida para todos, então a
obesidade não pode ser apresentada como uma evidência, por mais que
seja um problema da saúde pública daquele país. Na verdade, a
obesidade é evidência justamente do contrário, isto é, da
superior capacidade daquela sociedade em produzir alimentos.
Ainda, não contente com a alta
produtividade americana, Sônia Bridi pousa sobre um país que em
matéria de eficiência na produção de alimentos é o melhor do
mundo: o nosso Brasilzão, onde cada hectare jorra em torno de sete
toneladas de alimentos. Todavia, não vem aqui (somente) para
destacar a eficiência verde-amarela, mas para condenar a produção
e o consumo de carne. Olhem só isto:
“Talvez
até haja um papel relevante para a engenharia genética. Olha aqui
um ambientalista falando isso. Mas além da ciência e da tecnologia,
nós vamos ter que mudar os padrões de consumo”, afirma o
economista Sergio Besserman.
Principalmente
da carne, que é a que mais suga recursos naturais. No mundo inteiro,
quem pode pagar, come mais carne do que precisa.(prestem
atenção aos grifos que coloquei!)
Prezado leitor, você ainda tem alguma
dúvida de que está sendo manipulado para servir como uma ovelha a
um colossal projeto de engenharia social?
Só para esclarecer aos pouco acostumados
com o regime de livre mercado: quem paga por uma peça de filé,
patrocina o produtor para que este produza de novo, produza em maior
quantidade e produza mais barato; além disso, subsidia o preço dos
cortes mais baratos para as classes menos abastadas.
Na Idade Média, um camponês europeu
regozijava-se com partes tais como as tripas, a pele, o rabo e as
orelhas, e isto em dia de grandes festejos; no restante de sua vida
sua dieta era basicamente composta de repolho. Hoje, em um país cujo
capitalismo anda aos trancos e barrancos como o Brasil, qualquer
pobre tem carne bovina, suína, ovina, caprina, de aves, ou de peixes
e crustáceos à mesa.
Portanto, quando a matéria demonstra sua
preocupação com o possível aumento do padrão de consumo dos
chineses, ali mesmo se denuncia sua visão marxista de produção,
pois na verdade será realmente uma boa notícia que o Brasil possa
contribuir com exportações e assim enriquecer à base da cooperação
humana mutuamente benéfica.
Mas a Dona Sônia não se satisfaz com
pouca besteira! Não é que vem ela contra nossas vaquinhas alegando
o tal do aquecimento global? Ihh, desplugada, né? Pelo jeito, perdeu
as excelentes lições dos renomados cientistas Ricardo Augusto
Felício e Luiz Carlos B. Molion. Sra Sônia Bridi, por favor: NÃO
EXISTE ESTA EMPULHAÇÃO CHAMADA DE AQUECIMENTO GLOBAL!
Por fim, uma pequena aula de história da
economia: tradicionalmente, a pecuária tem agido como uma pioneira
das novas fronteiras agropastoris. Isto acontece porque o
investimento é relativamente baixo. No entanto, à medida que os
empresários do agronegócio vão se capitalizando, as pastagens vão
cedendo lugar à agricultura, por ser esta última mais lucrativa
(embora exija mais investimento). Portanto, se temos hoje uma larga
pecuária extensiva, isto acontece somente porque estamos em uma fase
de transição no processo produtivo. Não há motivo para passarmos
para a pecuária intensiva enquanto ela não for economicamente
viável. Isto, no entanto, vai acontecer, naturalmente. Se, ao
contrário, o governo começar a interferir no processo produtivo de
alimentos, o único resultado que nos restará será uma pior
alocação de recursos, causando assim um encarecimento da carne e um
empobrecimento relativo da população. Aliás, é justamente isto o
que estamos começando a testemunhar, depois de intensa perseguição
ao agronegócio sob pretextos quilombolas, indigenistas, messetistas
e ambientalistas. A produção brasileira está caindo, e isto sim
poderá realmente causar uma perturbação global com o aumento da
demanda.
Caros leitores: não se permitam enganar
por estes impostores: o que os grandes projetistas da humanidade
querem é que você se contente com as migalhas que o futuro governo
socialista mundial há de estipular! Da parte deles mesmos, como
visto aqui pelos que ocupam o poder, bom mesmo é um vinho
Romanée-Conti, lençóis e pijamas de algodão egípcio, cristais
poloneses, Land Rovers, alegres churrascadas, jatos particulares com
banheira de hidromassagem, bolsas de três mil dólares e muitos
milhões de dólares para gastar com todo tipo de confortos que a
vida pode oferecer.
Enfim: não existe nenhum problema de
superpopulação, muito menos de falta de recursos naturais! Isto não
é só uma falácia, mas sim, mais propriamente, uma solerte
artimanha! Os países mais capitalistas e adiantados têm suas
florestas bem preservadas – a área verde hoje nos EUA é superior
ao do tempo do descobrimento! A pobreza e a dependência de governos
interventores em países de economia primitiva e autárquica, isto
sim, são dois grandes problemas para a humanidade. Na verdade, a
população mundial está enriquecendo – mesmo os indianos já
estão abrindo os olhos e se desenvolvendo a passos largos, mediante
a colaboração humana do livre mercado. Abra seu olho, meu amigo!
Perfeito! Sua exposição e argumentação não deixa escapatória: são uns otários todos os que se deixam manipular pelas inverdades do eco-terrorismo!
ResponderExcluirParabéns, Klauber!