A censura já caminha com desenvoltura!

Alerta: a censura vai se implantando no país, montada no instituto da concessão pública! Conselho quer extinguir dois programas de tv!

Por Klauber Cristofen Pires

Bem ensinados pelo tirano daquela república que indeferiu a renovação da concessão da RCTV, aquela mesma onde "há democracia em excesso", nos dizeres de um certo ex-presidente que nada se pejou em congratular-se com os mais abjetos ditadores ao longo de seus dois mandatos, a concessão pública tem sido cada vez mais usada como o cavalo-de-guerra pelos militantes do regime totalitarista em curso.

Dia após dia, tenho observado que o regime da concessão pública tem assumido um verdadeiro status dirigista do conteúdo das emissores de tv. Praticamente toda a campanha pela "democratização dos meios de comunicação" ampara-se atualmente nesta estratégia para surrupiar das empresas de comunicação a liberdade de conteúdo e moldá-la ao gosto de burocratas do governo ou representantes de ong's paraestatais. 

No dia 24 de maio, o Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos entrou com uma representação no Ministério Público Federal na qual se  pleiteia nada menos do que a mais absoluta censura: simplesmente retirar dois programas do ar: A Academia das Paniquetes e O Maior Arregão do Mundo, ambos exibidos pela TV Band, sob a alegação de que os ditos cujos reproduzem exemplos negativos para crianças e adolescentes, estimulam a discriminação e constrangem a figura feminina. 

No lugar das duas grades, o Conselho sugere que no horário em que são exibidos, sejam apresentados vídeos educativos nos quais se condenem os trotes, divulgue-se uma cultura de paz, combatam a discriminação e a exposição vexatória das mulheres. 

Meus caríssimos leitores: não se permitam tocar o dedo no engodo, para não feri-lo na ponta afiada do anzol: toda ditadura começa com as mais nobres intenções!

Acaso vocês acham que merece crédito no que diz respeito a valores um governo que patrocina passeatas gays a céu aberto com o nosso dinheiro, com toda a falta de decoro que aí se pratica, bem como move mundos e fundos para empurrar o kit-gay nas escolas para assediar sexualmente crianças tão tenras que o assunto sexualidade ainda está longe de suas cabecinhas? 

Quando esta campanha de usurpação do direito de as empresas de comunicação decidirem livremente a programação alcançar o ponto considerado ótimo, tudo o que passaremos a assistir serão os soníferos filmes da Ancine, entremeados por nauseabundos programas em que serão apresentadas as atividades de todas as ong's ideologicamente aparelhadas que hoje investem no esbulho possessório midiático. 

Ai de nós entregarmos ao estado as chaves da moral, da ética e dos bons costumes aos homens do poder, estes mesmos que agora chafurdam no lamaçal do mensalão e que por diversas vezes têm tentado controlar a imprensa!

Jamais assisti a nenhum destes dois programas, de forma que nem sequer posso defender no mérito o seu conteúdo. Ei, não posso, mas também não preciso! Vejam, bem, não é esta a questão! A questão é: por quê eu posso mantê-los longe de mim por meio do meu controle remoto? 

A liberdade de expressão não alcança os excessos, configurados pelo atentado ao pudor, à calúnia, à injúria ou à difamação. Não obstante, o sistema jurídico tem os seus remédios jurídicos adequados, para garantir a reparação dos direitos de quem se sentir ofendido. Pois então, quem se sentir lesado, que procure a justiça e busque a  indenização que o satisfaça!

No dia 24 de maio, eu postei uma brilhante exposição do Dr. Bene Barbosa ao Senado, inteligente e muito bem fundamentada, na qual o presidente do Movimento Viva Brasil nos adverte do perigo da escalada do desprezo do binômio "liberdade-responsabilidade" pelo em favor de uma progressiva tutela do governo com relação às liberdades individuais, a nos regular a vida privada sem possuir legitimidade para tanto. 

Com efeito, e aqui complemento suas argutas considerações com a justificativa de que o estado de direito de uma sociedade livre como pretende ser a brasileira forma-se a partir de uma delegação de parte da liberdade individual de cada um dos seus cidadãos, justamente a mínima possível para garantir o convívio em sociedade de forma pacífica e harmônica, razão bastante e suficiente para anular toda e qualquer pretensão daquele em surrupiar destes o que extrapolar, a ponto de inverter as posições e assim colocar a vida das pessoas à mercê de seus caprichos. 

Tenho alguma fé em que a dita representação não há de prosperar; mesmo assim, saiu machucada a liberdade de expressão e a democracia. Por favor, recomendo a todos os leitores que enviem mensagens de repúdio ao Ministério Público Federal no Distrito Federal contra o Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos. Se não nos movermos agora, amanhã estaremos isolados e fracos demais!