Ontem, dia 21/05/2012, o Jornal Nacional finalmente largou o discurso ufanista pró-governo e começou a reconhecer o que este articulista tem alertado desde há anos!
Por Klauber Cristofen Pires
Prezados leitores,
Não posso deixar de prestigiar a mudança
editorial daquele grande grupo empresarial da comunicação que é a
Rede Globo, ainda que meio vacilante, no tanto em que me regojizo
pela credibilidade das análises que tenho apresentado aos leitores
com paciência e perseverança, ainda quando as vacas estavam
rechonchudas e um inconsequente Sr. Lula, na função de presidente,
desdenhava dos fatos enquanto conduzia irresponsavelmente o país à
degeneração econômica.
Jamais agi tal como os cartomantes que
dão seus palpites aos programas domingueiros de fim de ano, calhando
de um deles ter dado o palpite certo por puro chute. Sempre fiz, sim,
avaliações fundamentadas da conjuntura, que dia após dia se
confirmavam para encontrarem-se confluentes em um momento de severa
crise em um futuro qualquer.
Igualmente, jamais apostei no “quanto
pior, melhor”. Eu não sou um deles (Vocês sabem quem!)! Ao
contrário do que muita gente pensa, as crises são ainda mais
propícias para os projetos totalitaristas, cujos artífices sabem
muito bem como apresentar ao público seus bodes expiatórios – que
no caso, serão sempre o mercado, a imprensa e as liberdades civis.
Pelo contrário, rezo todos os dias para que no estado de latência
que antecede a revolução gramscista idealizada pelo Foro de São
Paulo os brasileiros acordem e comecem a reagir enquanto há tempo.
Na
matéria de ontem, o principal jornal da Rede Globo evidenciou o
dirigismo estatal que tem privilegiado alguns setores e prejudicado
os demais,
prestem
atenção, finalmente corroborando as minhas mais severas críticas à
politica econômica do governo:
“Se
olharmos para os setores que cresceram, o quadro é outro. Tiveram
forte expansão a indústria automobilística, a farmacêutica, a de
equipamentos hospitalares e a de bebidas. São
fabricantes que receberam incentivos, ou que são fornecedores do
governo ou aqueles que aproveitaram melhor o crescimento do mercado
interno.”
(grifos
meus).
Qualquer
país decente haveria de repudiar veementemente um governo que
facilita a vida para alguns empresários enquanto onera
mais gravemente os demais. Isto não é um regime republicano de um
estado de direito!
Como
bem constatado pelo autor da reportagem, Tônico Ferreira, a
indústria automobilística é o xodó deste governo, a indústria
farmacêutica e de equipamentos hospitalares valeu-se primordialmente
das compras governamentais e a das bebidas , bem como também, em
parte da farmacêutica – ambas beneficiaram-se do crédito
facilitado. Perfeito!
Quanto
à indústria automobilística, a mesma edição global também
apresentou outra
reportagem, agora divulgando a estreita cumplicidade entre aquele
setor e o governo, na forma de mais um pacote que aposta mais uma vez
no caminho do brejo: a redução de IPI para aquisição de veículos
e a diminuição de IOF para empréstimos, num flagrante de
desesperante apego às falácias profetizadas por John Mainard
Keynes.
Fez
bem também esta matéria ao apresentar o ceticismo manifestado pelo
economista Carlos Eduardo de Freitas, preocupado com a inadimplência
do setor que vem aumentando mês a mês, e em março deste ano ficou
em 5,7%, o maior número dos últimos 12 anos. Como bem destacado,
“ao
todo, o brasileiro que comprou carro financiado deixou de pagar R$ 10
bilhões”:
“Me surpreende
que o governo venha a insistir para aumentar crédito nesse
momento. Eu acredito que as empresas, pessoas terão consciência
que elas têm um problema de endividamento”, ressaltou Carlos
Eduardo de Freitas. (grifos
meus)
Caríssimos,
vamos desmistificar isto já e mais uma vez – e quantas vezes mais
preciso for: quem de vocês, que vivem do trabalho honesto e diário,
haveria de achar que a solução para um momento de crise é comprar
um carro novo?
Se
ninguém em sã consciência há de pensar assim quanto à condução
de sua própria economia doméstica, porque acreditar que na gestão
da economia de um país um resultado diferente e salutar pode se dar?
Eventualmente,
pessoas que realmente necessitam de veículos para trabalhar - os
representantes de vendas, por exemplo - podem ver aí uma
oportunidade racional de investir. Mas quanto às milhares de pessoas
que estão a adquirir um automóvel por mero consumismo, pergunto:
que ganho real terão e que acréscimo ao crescimento da economia
poderão deflagrar? A minha resposta é um eloquente NADA!
Pelo
contrário, o dirigismo estatal confunde as escolhas dos cidadãos –
adia o curso da faculdade de João, ou a reforma da padaria do “Seu”
Manoel, ou a compra da casa própria da família Silva, ou meramente
consome a poupança de Patrícia, Carlos e Luís, que é o que
sustenta todas as realizações dos personagens anteriores. Todas
essas escolhas que poderiam acontecer - milhões delas - poderiam
incentivar a produção, a poupança e o investimento, fazendo
florescer empresas dinâmicas, enxutas e dimensionadas de modo a
fornecer na justa medida ao mercado os bens e serviços requeridos
mais urgentemente pela população - em outra palavras –
proporcionando a máxima eficiência na alocação dos recursos, que
é, em última instância, o segredo da prosperidade econômica de
qualquer sociedade.
Em uma
nação permanentemente perturbada pela interferência estatal nas
preferências de consumo, emulam-se os falaciosos planejamentos
socialistas, estes em que abundam cadernos mas faltam lápis, sobram
calças às custas de uma carência de sapatos ou de camisas, ou em
que farta leite enquanto faltam frutas e verduras, ou no caso, em
que sobram carros zero nas garagens enquanto faltam todas as outras
coisas que estão deprimindo severamente todos os setores industriais
relegados à condição de párias pelo governo.
São
ações assim que causam um empobrecimento, que pode ser relativo,
isto é, deixando de enriquecer tanto quanto poderia, tal como o país
vinha passando ao seguir transformando a sua estrutura produtiva para
servir como mero fornecedor de matérias-primas à China durante os
dois mandatos lulistas, ou absoluto, como é o caso em que sai agora
da crisálida, sob a condução de sua sucessora, na forma de uma
economia socialista de estilo nazi-fascista.
Caríssimos!
Não se enganem! Não se trata de uma sincera conversão da emissora
carioca à realidade, senão como um arremedo para salvar a
credibilidade frente a um cenário que não pode ser mais escondido,
porque já adiantado por meio desta fabulosa invenção que é a
internet, que nos propicia quebrar a barreira hegemônica da
informação na forma de blogues e sites independentes, como este.
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