Salário mínimo indexado, desindustrialização, redução da produção agrícola, aumento do crédito e tungada na poupança: vai tudo muito bem, diz o governo e a mídia engajada!
Por Klauber Cristofen Pires
Prezados leitores,
Nesta semana, tenho acompanhado os
principais jornais televisivos, para extrair do conjunto uma
constatação: o Brasil está começando a embicar a proa.
Percebam o esforço do governo e dos seus
mandarins da área econômica no afã de minimizar ou justificar os
índices desanimadores que estão chegando, ainda relativamente
suaves, como a fina chuva que antecede as trágicas tempestades
tropicais.
A inflação tem aumentado mais do que o
previsto? Ponham a culpa nas empregadas domésticas! O dólar está
disparando? Ah, mas isto é bom para os exportadores! Tungada na
poupança? Ah, foi só um pouquinho, e continua a ser o investimento
mais seguro e tão rentável quanto sempre...
Ora, as domésticas! A inflação somente
tenderá a subir, desde que o salário mínimo está indexado a uma
fórmula que soma inflação passada e PIB. Não aprendemos nada com
os erros de Dilson Funaro! A inflação não tem outro caminho que
não subir a rampa, uma vez que o país atravessa um notório
processo de desindustrialização e redução da produção de
alimentos, promovido pelo duplo garrote tributário-burocrático, e
pela ostensiva perseguição ao agronegócio, a deprimir a oferta em
face do crescimento da demanda, ainda mais estando esta última
artificialmente estimulada pela irresponsável expansão do crédito
para além de todos os limites.
Ora, o dólar! Ora, os exportadores! Não
tem sido o dólar mantido em alta até então pelo próprio governo?
Porque só agora o governo foi tinar que a desvalorização da moeda
americana é boa para o Brasil – por ser boa para os exportadores?
Não foi a própria Dilma, que com palavras postas na boca dela por
seu ministro “Mantega” (ou será ministro “Maionese”?), ficou
a reclamar do Tsunami de dólares a invadir o país? - Percebam bem:
reclamava daqueles que acediam à sua generosa oferta de títulos
públicos! Imaginem um dono de uma churrascaria reclamar de seu
estabelecimento estar lotado por cobrar dez reais pelo rodízio? Ora,
se os dólares estão chegando, deveriam estar decrescendo em valor.
Ora, a poupança! Em cento e vinte anos,
jamais a poupança foi tungada, a não ser por breve período em que
o então presidente Collor a reteve como empréstimo compulsório –
e mesmo assim sem ter os seus rendimentos afetados. Agora, olhem por
que mãos foi ferida: as do Partido dos Trabalhadores - PT, aquele
que sempre se posicionou ante os holofotes como o defensor das
classes pobres e operárias! Foi pouco? Foi, sim, mas foi no “seu”,
caro amigo! A diferença entre o dinheiro captado pela poupança e o
dinheiro emprestado pelos bancos continua praticamente intocada,
assim como incólume a ganância tributária estatal.
E já que estamos a falar dos juros,
vamos a outro termômetro preocupante: os pátios das montadoras
estão repletos! A mídia, abonadora do governo, tem investido no
discurso das ótimas condições favoráveis aos consumidores e no
“crédito responsável” praticado pelos bancos, negligenciando ao
público que os calotes do setor têm escaldado os financiadores e
que afinal, as pessoas não estão podendo mesmo trocar os seus
carros, por já estarem atoladas em dívidas.
Estamos vivenciando no momento
atual apenas as brumas. A tempestade vem chegando, e vai somar-se à da que vem da Europa. Preparem-se!
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