Transcrevemos
abaixo um destemido discurso do Deputado Lael Varella na Câmara dos
deputados sobre a votação da PEC do trabalho escravo e do veto ou
não da Presidente Dilma Novo Código Florestal . Abaixo o texto do
discurso.
Extraído do Blog Eliseu Opina
Publicado originalmente pelo movimento Paz no Campo
O
SR. LAEL VARELLA (DEM-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) – Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem foi uma noite de luto para
o Congresso Nacional com a aprovação da PEC 438, conhecida como PEC
do trabalho escravo, ou trabalho degradante, ou ainda trabalho
análogo ao de escravo. Na verdade, seu nome poderia ter sido PEC da
armadilha contra a propriedade. Onde está o povo comemorando tal
libertação, como o foi por ocasião da Lei Áurea?
Dia
radiante aquele 13 de maio de 1888, dia em que a Princesa Isabel
assinou a Lei Áurea libertando todos os escravos do Brasil. O
Parlamento do Império foi inundado com uma chuva de rosas. O
embaixador norte-americano apanhou algumas flores e disse:
“Quero
guardar estas flores, com a lembrança dessa maravilha. No Brasil a
extinção da escravidão foi comemorada com flores, enquanto em meu
país custou uma guerra civil com mais de um milhão de mortos.”
Entretanto,
em pleno século XXI, assistimos a uma cena inversa. O Brasil foi o
primeiro e único País a reconhecer, em reunião oficial da ONU, a
existência de formas contemporâneas de escravidão. Nem os países
africanos onde ainda a escravidão é legalizada dela fazem tal
alarde. Muito menos a China, Cuba e os países comunistas que mantêm
os trabalhadores do povo em regime forçado, reconhecem-no como
escravidão.
De
fato, Sr. Presidente, ontem não houve a libertação de ninguém,
mas sim um duro golpe contra o direito de propriedade. Com efeito,
tal direito representa a liberdade das pessoas contra a truculência
do Estado, a liberdade para produzir, gerar empregos e para
enriquecer. A nação que cai no socialismo, como Cuba, fica sem
liberdade, cai na opressão e na miséria.
Não
podemos deixar de dar razão àqueles que apontam que o Brasil marcha
na contramão da história. Até a China comunista, Sr. Presidente,
reformou a sua Constituição para reconhecer o direito de
propriedade. Aliás, com um argumento muito simples: precisa de
segurança jurídica para atrair investimentos. E no Brasil damos ao
luxo de golpear o sagrado direito de propriedade!
Assim,
conforme for a aplicação dessa malfadada PEC – aprovada ontem
aqui nesta Casa –, teremos grande desestímulo na contratação de
mão de obra, fazendo surgir o desemprego, baixar a produção e
aumentar a miséria.
Com
essas normas trabalhistas do Ministério do Trabalho que impõe Norma
Regulamentadora – NR 31 – com 252 exigências impossíveis de ser
cumpridas, antecedendo os fiscais que irão aterrorizar os
agricultores com multas escorchantes.
Disso
tudo, só podemos esperar um lento e progressivo empobrecimento do
País, para depois colocar a culpa no capitalismo ou nos Estados
Unidos!
Sr.
Presidente, passo a outro assunto de suma gravidade e que deve ser
decidido nesta semana. A expectativa da sanção ou veto do novo
Código Florestal continua afligindo a benemérita e trabalhadora
classe dos produtores rurais não apenas em Minas Gerais, mas no
Brasil inteiro.
Ainda
na semana passada, os prefeitos de todo o País, reunidos em
Brasília, pediram à Presidente a sanção do Código Florestal como
garantia de sobrevivência de mais de 4.000 municípios. E nessa
semana, o Conselho Nacional dos Secretários de Agricultura
(Conseagri) encaminhou à presidente Dilma Rousseff um manifesto
contra o veto ao Código Florestal.
No
documento, os titulares das pastas estaduais de Agricultura ponderam
que tópicos polêmicos, como a anistia das multas e recuperações
de Áreas de Proteção Permanente (APPs), sejam debatidos
posteriormente.
Para
o presidente do Conseagri, o secretário de agricultura da Bahia,
Eduardo Salles, o código é 'fruto de um árduo e exaustivo trabalho
de toda a sociedade civil brasileira', além de considerar o veto do
documento 'um grande retrocesso'.
E
na internet continua sendo propagada uma campanha, aliás, muito bem
feita, com o sugestivo título: Não veta Dilma! – Ou o preço da
comida vai subir. O que os ambientalistas radicais vêm dizendo é
que precisamos produzir menos comida e preservar mais florestas. Mas
o que eles não dizem é quanto vamos pagar por isso!
Com
efeito, a agropecuária brasileira produz uma das melhores e mais
baratas comidas do mundo. Nos últimos 40 anos, nossa agropecuária
contribuiu para que o brasileiro deixasse de gastar 40% de seu
salário com alimentação ao reduzir este percentual para apenas
16%.
E
fez tudo isso, Sr. Presidente, preservando 61% das nossas matas
nativas. Vetar o Código Florestal é vetar a nossa produção de
comida. Vetar o código Florestal é vetar a qualidade de vida que o
brasileiro conquistou nas últimas décadas. Portanto, faço ecoar
aqui o clamor dos brasileiros que realmente produzem: Não veta
Dilma! – Ou o preço da comida vai subir!
Tenho
dito.
Deputado
federal Lael
Varella.
Fonte:
www.paznocampo.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá! Seja benvindo! Se você deseja comunicar-se, use o formulário de contato, no alto do blog. Não seja mal-educado.